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segunda-feira, 28 de outubro de 2013

The Divide

                                       

CAPITULO 8


Capitulo 8 parte 1
Pedro: O que você está fazendo, criança?
Eu rapidamente fechei a agenda e olhei para trás, ainda sentada: 
Lua: Só, escrevendo algumas coisas....bobagens. – eu sorri de lado. 
Pedro: Esta na hora da janta e Katia fez bolo de chocolate para a sobremesa.
Eu sorri alegre, me lembrando da ultima vez que Katia tinha feito bolo, e o gosto de quero mais ainda ficava na minha cabeça. Mas antes que eu pudesse me levantar, Pedro se sentou do meu lado, na bancada perto da piscina da casa. 
Pedro: Faz bastante tempo, não é? -
Ele olhava pra frente, pensativo. 
Lua: Bastante tempo o quê, seu Pedro? – Eu o acompanhei, também olhando para frente. 
Pedro: Desde que você chegou aqui, desde que o Sr. Aguiar viajou, desde o Natal...
Lua: Concordo. Quando será que ele volta?
Pedro: Eu não sei, ele nunca ficou tanto tempo fora. 
Lua: Viver aqui não ameniza minha tristeza, mas fica mais fácil quando ele não está. 
Eu sorri de lado e Pedro abaixou a cabeça. Eu me levantei para tentar fugir desse assunto e puxei Pedro comigo, para jantarmos. 
Nos caminhamos até o outro lado da mansão lentamente, falando sobre coisas do dia a dia e sobre a vida do Brasil, como sempre conversamos , mas antes que pudéssemos chegar à cozinha eu senti o arrepio nos meus braços e o coração bater forte. Pedro, me olhou fixamente, como se já quisesse me avisar do que estava por vir. E sussurrou, antes de entrarmos no hall:
Pedro: Ele chegou!
Eu espirei fundo, mas não conseguia me acalmar. Dois meses de lembranças rodavam na minha mente, a agonia do meu pai, a raiva que eu senti, o barulho da régua do Alberto, o medo de ficar sozinha no mundo, a saudade de casa, tudo se misturava e invadia minha cabeça com tanta força que era como se fosse o dia do meu juízo final. 
O Aguiar ficou tanto tempo fora, que eu já tinha me acostumado a viver na sua ausência, e confesso que sem sombras de duvida era mais fácil viver sem ter que olhar para o cara que matou meu pai. Mas eu tinha que encarar a realidade, e enfrentá-lo, mas dessa vez era diferente porque eu não ia desistir. Eu ia fazer certo. 
Eu respirei fundo novamente e acenei com a cabeça para Pedro, para que continuássemos andando. 
Logo, entramos no Hall e Pedro não parou, seguindo diretamente para a cozinha, sem olhar para os lados, e eu diferente dele, parei no canto do hall, perto das escadas e silenciosamente fiquei observando ele falar com um homem vestido como ele, de terno e aparência exuberante, só que bem mais velho. E mentalmente, eu agradeci ao Alberto pelas aulas de inglês:
Michael: Obrigada, você fez um ótimo trabalho. Espero vê-lo em breve. 
XxXx: Igualmente. Até mais. 
Eles apertaram a mão e o homem se foi, acredito que não tenho percebido minha presença, mas só foi ele bater a porta que o todo poderoso da Califórnia se virasse para mim, me olhando de forma agradável, como se quisesse me contar uma super e interessante novidade, o que era estranho, porque ele sempre pareceu muito irritado:
Arthur: Olá Miss. Blanco. Como vai?
A vontade de voar em cima dele era grande, mas graças a Lauren, eu tinha aprendido a controlar minhas emoções, e ao invés de atacá-lo, eu o a tratei gentilmente:
Lua: Olá senhor. Eu vou bem, e o senhor, como foi de viagem?

E meu cinismo era imperceptível. Eu agia como se nada tivesse acontecido, como se eu realmente tivesse preocupada com aquele crápula, e ele pareceu se assustar também, talvez pensasse que eu despejaria xingamentos para cima dele:
Arthur: Eu fui bem, obrigada. Espero que tenha sido bem tratada em minha ausência. 
Lua: Melhor impossível, senhor. 
Arthur: Ótimo. E seu inglês, está muito bom. Vejo que se esforçou bastante. – Ele dizia colocando a mão no bolso. 
Lua: Sim, graças as aulas proporcionadas pelo senhor. Obrigada por isso!
Arthur: Não há de quê, Miss. Santiago. Bom, será que eu cheguei a tempo do jantar?
Lua:Na verdade, chegou bem na hora, senhor. 
Arthur : Perfeito, peça que Katia coloque a mesa, que já descerei. 
Ele disse passando por mim, e subindo as escadas, como se fosse um velho amigo meu, como se tivesse esquecido que matou meu pai. Talvez ele tivesse esquecido mesmo, cretino. Mas eu procurava manter a calma, e repetia varias vezes pra mim mesma, que eu teria que me juntar a ele, ou pelo menos faze-lo acreditar que eu estava do seu lado, pra saber como fugir daquele mundo de luxo e matança. 

Prontamente eu fui avisar a Katia, da chegada do homem, mas ela já sabia e a mesa da sala de jantar já estava posta;
Lua: Eu ia ajudar você, Katia. 
Katia: Comporte-se hoje, Lu. E olha – ele sorriu piedosamente. – Boa sorte. 
Eu supus que ela quisesse dizer: Deus tenha piedade da sua alma!

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