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segunda-feira, 28 de outubro de 2013

The Divide

                                       

Capitulo 6


Capitulo 6 p.1
Ele ordenou, e eu não tive mais coragem nem fome para fazer nada. Empurrei o prato delicadamente para longe de mim, e afastei a cadeira, prestes a me retirar da sala:
Arthur: Não, até eu terminar.
Lua: Como é?
Arthur: Fique na mesa, até eu acabar.
Lua: E o que eu vou ficar fazendo aqui? Olhando pra cara do assassino do meu pai, e imaginando qual será o menu do amanhã? 
Singelamente ele retirou o guardanapo do calo e limpou a boca, afastou a cadeira e deu a volta na mesa , caminhando lentamente até mim, que sentada, o observava atenciosamente chegar até mim e de pé, me olhar nos olhos: 
Arthur: Seu pai está morto. Eu o matei, e não tem mais nada que você possa fazer. Você vai viver aqui porque eu quero. Então não faça com que eu me arrependa disso, ok?
Ele me encarou por mais uns instantes e logo se virou para deixar a sala, mas eu também me levantei e alterei um pouco a voz:
Lua: Porque não me mata logo de uma vez, seu maluco? Anda, eu to bem aqui. Agora é muito bonito pra sua cara, seqüestrar uma menina de 17 anos...
E antes que eu pudesse continuar,ele saiu de vista. E mais vez o ódio da frustração me atacava. Eu não sabia como lidar com aquilo, era demais. Acho que na escola ninguém te ensinar o que fazer nunca hora dessas não é? 
Mas isso ia mudar, gradativamente. 
Eu subi, e lá eu fiquei, o resto da noite até cair no sono.
Quando eu despertei, a sensação foi diferente do dia anterior. Naquele momento eu senti que tinha dormido por poucos minutos e mesmo com os olhos fechados eu sabia que o quarto ainda estava escuro. Mesmo assim eu me esforcei e abri lentamente os olhos, procurando me situar no espaço. 
Eu estava errada sobre ser noite, mas a janela e a cortina branca bloqueavam a entrar dos raios de sol no quarto, e por isso dava a sensação de escuridão. Eu me espreguicei enquanto já me levantava da cama, e antes de poder pensar em qualquer coisa, eu reparei no espelho que havia quebrado dois dias atrás, que estava lá, completamente intacto, como se eu nunca estivesse quebrado-o. Talvez, Pedro o tivesse concertado, pensei. 
E ao caminhar até a janela, abri a cortina e fiquei um tempo observando o jardim atrás vez do vidro. 
Eu tentaria acatar o conselho de Pedro. Porque não? Como dizem, os amigos você mantém perto, os inimigos mais perto ainda. Então eu estava fazendo errado, não era assim. Do lado de fora da casa, eu vi Pedro carregando uma cesta de plantas sob o fraco sol matutino, tão fraco que até fazia um pouco de frio.
Eu caminhei até a pilha de roupas de Ana e achei uma calça jeans e uma regata preta que caia perfeitamente no meu corpo magro. Eu separei a roupa e fui até o banheiro, e logo em cima da pia uma maleta transparente me chamou a atenção, dentro dela tinha tudo o que eu precisaria para manter-me como: escova de dentes, absorventes, sabonetes... e eu tive mais uma prova que eu realmente ficaria ali por um bom tempo.
Eu tomei um banho rápido sem molhar os cabelos, fiz minha higiene pessoal e me vesti. Mesmo antes de chegar ao pé da escadaria eu já podia escutar a cantoria de Katia ecoando pelo hall. Eu não sabia identificar a musica, mas ela era super afinada e parecia feliz enquanto cantava. 
Eu caminhei até a cozinha e ela estava varrendo o chão, mas bastou me ver parada na porta que seus olhos pularam de felicidade. Rapidamente largou a vassoura e caminhou até mim com os braços abertos, e eu não recusei, é claro. A abracei forte e sorri. Instantaneamente ela me soltei e logo se virou, como se procurasse algo. E na mesa ela abriu um pacote e me entregou uma peça de roupa, sorrindo, ansiosa para que eu verificasse. Eu abri a roupa e vi um lindo casaco grande de malha, como um blazer cinza. Eu me vesti e ficou certinho no meu corpo, ela sorria e batia palmas de felicidade. O que me vez acreditar que devia ser horrível viver anos tão sozinha naquela casa, então com a minha chegada ali, ela se animara um pouco.
E o meu dia se seguiu como o anterior. Eu andei a toa pela casa, fui até o jardim, conversei com Pedro, mas não lhe perguntei nada, nós apenas conversamos sobre flores e ele me contou como era a vida na Califórnia. Ele me contou que estávamos a uma semana do natal e que lá era inverno, o que era estranho porque no Brasil, comemorando o natal no verão. Eu prontamente quis saber sobre a neve, mas ele logo cortou meu barato dizendo que na Califórnia não neva, pois era um estado tropical, e eu fiquei triste, mas não estragaria mais a minha vida por isso. 
No meio da tarde, nós nos sentamos no gramado em frente a casa e ele tratou de renovar a atadura, e ao ver como estava o meu ferimento se espantou, o que já era de se esperar pois os cortes ainda estavam profundos. Eu o agradeci por ter trocado o espelho do quarto e ele sorriu. E assim se seguiu meu dia, eu ficava a maior parte com o Pedro porque infelizmente não podia conversar com Katia, mas era bom ficar com ele também. A noite, eu fiquei um pouco apreensiva, com medo de mais um jantar dos horrores, mas ele não veio pra casa. Eram 22:00 da noite e a mesa estava posta, mas ele não tinha chegado, então concluímos que ele não viria mais, assim eu convidei Katia e Pedro para comerem na mesa comigo, que aceitaram mas com muita relutância. Foi divertido porque Pedro tinha que falar em duas línguas para que todos na mesa se entendessem.
E assim, 
se passou uma semana. O Sr. Aguiar não voltou e minha rotina não mudava: Eu acordava ,tomava banho, me vestia, descia, ficava com o Pedro, jantava e ia dormir. O tédio não podia ser maior que isso, e me perguntava constantemente toda vez que
Na manhã em que eu completava uma semana naquela casa, eu não podia acordar mais entediada com a minha rotina, e tudo se segui como eu já esperava, acordar, tomar banho... Mas no meio da tarde eu propus algo diferente para Pedro: 
Lua: Porque não plantamos uma árvore?

Capitulo 6 parte 2

Pedro: Uma árvore? – ele riu – Mas não podemos fazer isso, criança. 
Lua: Porque não? 
Pedro: Porque o patrão...
 Antes que ele continuasse eu respondi. 
Lua: Eu me responsabilizo ...
Eu sorri de forma doce, entortando o rosto lateralmente e eu sabia que ele não ia conseguir resistir a minha forma doce de conseguir as coisas. De fato, ele concordou e logo trouxe uma muda de planta. Escolhi no canto do gramado, um lugar onde o Sr. Aguiar não percebesse logo de cara, isso é se ele percebia alguma coisa a não ser o seu maldito trabalho. 
No momento em que cavávamos um buraco, o barulho de um veiculo tirou nossa atenção, prontamente Pedro correu até o portão, dando passagem para o tal misterioso carro que parou bem perto da casa.    
Dentro dele, saiu uma mulher alta, com um sobretudo preto, e um coque no topo da cabeça, o que era ridiculamente estranho. Ela caminhou diretamente até a casa, como se já soubesse o caminho e eu voltei a olhar para Pedro que praticamente corria na minha direção, fazendo mímicas, mandando eu entrar logo na cara. 
Então eu corri tanto que cheguei a deslizar no piso limpo do hall, mas logo parei com a gracinha, quando vi a tal mulher olhando a decoração da casa.
Lua: Senhora? 

Ela se virou, me olhando fixamente. E era uma mulher linda, jovem com bonitos olhos castanhos. O que será que ela queria ali? 
Lua: A senhora fala minha língua? 
XxXx: Sim, Miss Blanco, como vai?
Eu me surpreendi por ela já saber meu nome.
Lua: Eu vou bem... Obrigada.
XxXx: Bom, eu sou Lauren, fui contratada pelo Sr. Aguiar para ajudar-lhe. 
Lua: Me ajudar? Mas com o quê?
Lauren: Serei sua personal style. 
Ela sorriu, gentilmente, mas o coque que ela usava tirava toda a minha concentração. 
Lua: Personal...o quê?
Lauren: Style, personal style.Eu serei sua assessora de moda. 
Eu ri. 
Lua: Minha assessora? E pra quê eu precisaria de uma? 
Lauren: Eu não sei os motivos Miss.Blanco, estou aqui para efetuar meu trabalho.
Eu olhei fixamente para ela, analisando o que ela me dizia. Será que ela tava mentindo? 
Lua: O que a senhora faz, necessariamente?
Lauren: Eu vou trabalhar diretamente com a senhorita. Vou vesti-la.
Eu ri mais alto. 
Lua: Desculpe, moça. Mas eu não preciso de ninguém para me vestir, e muito menos alguém mandada por ele. Não estou desvalorizando seu trabalho, fique ciente. 
Eu já dava as costas, e voltava ao jardim, mas ela continuou a falar: 
Lauren: O Sr. Aguiar me deu instruções, eu não posso ir embora. 
Eu virei somente a cabeça para ela. Bom, ela não me parecia má pessoa, só queria trabalhar. Mas aceitar uma personal não sei o quê, uma profissional contratada para trabalhar para mim... Esse cara é louco.
Lua: Você sabe onde ele está? O senhor Aguiar? 
Lauren: Não, Miss Blanco.

Eu pensei um pouco, sorria comigo mesma, me dando conta do quão louco era tudo aquilo, mas no final cedi. O que eu podia fazer? Nada.
Lua: Tudo bem, e o que eu tenho que fazer agora? 

Ela sorriu e bateu palmas, contente. 
Lauren: Agora nada, mas estou ansiosa para começar a trabalhar com a senhorita. Obrigada pela oportunidade, nos vemos amanhã. 
Ela apertou a minha mão, nervosamente e deixou a casa, montada no seu salto agulha. 
Foi ela sair para Pedro entrar, como seus negros olhos loucos por uma informação: 
Pedro: O que ela queria ?
 Eu cruzei os braços, e respondi, pensativa:
Lua: Falou que vai trabalhar aqui, e pra mim. Alguma coisa sobre roupas e moda.
 Logo, Pedro desenhou um sorriso meigo nos lábios, baixando a cabeça e sussurrando: 
Pedro: É agora que o show vai começar!

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