Designer Image Map

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Three Cheers For Sweet Revenge




capitulo 10 e 11




Cap 10 Stop and Stare
"- Wow! Esse filme foi ótimo... - exclamei quando os créditos do filme Clube da Luta começaram a passar na tela. A sala de Arthur  foi esvaziando aos poucos, à medida que nossos amigos que estavam ali se dirigiam à cozinha ou ao banheiro. Arthur  estava do meu lado e se soltou no sofá, deixando de lado o ar tenso que carregou durante todo o filme. 
- Tyler Durden é o cara... - ele exclamou com exaustão. - Tem completa razão ao dizer que depois de um tempo as coisas que você possui acabam possuindo você... - Arthur  disse num suspiro inspirado. 
E eu concordava. Mais uma filosofia para os meus pensamentos. Mais uma frase explicando meus sentimentos em relação a tudo. 
Só restavam nós dois no imenso sofá azul marinho. Nós e o silêncio. 
- Lua... - o menino me chamou com calma e eu passei a encará-lo. - Pedro gosta de você... 
Aquela informação me pegara de surpresa. 
Por que ele falou aquilo tão... de repente? 
Pedro não gostava de mim... Pelo menos eu pensava. Tudo bem que nesse primeiro ano em que o garoto estava na cidade eu notara alguns olhares insistentes e poucos discretos sobre mim. Mas isso não significava que ele gostava de mim. Nós éramos amigos... 
- O quê? - foi tudo o que consegui responder. Era uma relativa surpresa escutar aquilo. Ainda mais vindo de Arthur. 
- É sério... Ele gosta de você... - ele respondeu, encarando a TV. - Gosta de você desde aquele dia que te conheceu aqui em casa... - acrescentou. 
Continuei sem entender. Por que Arthur estava me contando aquilo e não o próprio Pedro? E por que ele não me encarava nos olhos? Aquilo me incomodou de certo modo. 
- Por que está me contando isso? 
O garoto suspirou. 
- Ele me pediu. Não tem coragem de chegar a você e dizer, então... - meu amigo se interrompeu, deu de ombros e passou a encarar as próprias mãos. - O que você tem a dizer sobre isso? - perguntou-me num sussurro. 
Parei para pensar por alguns instantes. 
Eu nada tinha a dizer sobre isso. 
Eram informações completamente novas para mim. Eu considerava Pedro um amigo, e pensar que ele sentia coisas diferentes da amizade por mim me deixara um pouco confusa. Eu nunca havia gostado de alguém naqueles catorze anos. Sempre idealizara o amor, no entanto, jamais o havia sentido. Ainda era algo completamente abstrato para mim. 
Mentira. Eu o sentia sim. Mas não por Pedro.
Eu sentia meu coração palpitar, e minha respiração falhar às vezes. Sentia minha cabeça tontear, meu estomago afundar. Mas por outra pessoa. Não sabia se era amor. Sabia, entretanto, que era algo especial. Muito especial. 
Tudo isso eu sentia quando Arthur Aguiar, meu melhor amigo, colocava seus olhos sobre mim. Sentia toda vez que ele me abraçava, toda vez que enroscava seus dedos em meus cabelos, toda vez que ria de forma escandalosa perto de mim. Toda vez que sorria, e toda vez que abria a boca para falar algo. Qualquer coisa. 
Algo especial. Algo que voava entre a amizade e algo mais. 
Mas ele era meu melhor amigo. Meu melhor amigo. Meu porto-seguro. Minha válvula de escape. Como podia ser algo mais que isso? 
Arthur arqueou as sobrancelhas, procurando por uma resposta, e eu me sentia cada vez mais perdida naqueles olhos que me encaravam com dúvida e precaução. 
- Eu... - hesitei por alguns instantes. Eu não podia pisar em falso. Não naquele momento. - Eu não tenho nada a dizer. Não sinto nada por ele além de amizade... 
Arthur  suspirou novamente. E por um segundo, aquele suspiro soou como um alivio. 
- Não vai ficar com ele então? - indagou novamente com um misto de curiosidade e medo. Eu sabia decifrar cada tom de sua voz, cada linha de expressão de sua face. Aquilo fez meu coração acelerar estupidamente. 
- Por que eu ficaria? - rebati. - Você me conhece. Não sou experiente nesse assunto, e não gostaria de aprender com alguém que eu não goste... Você sabe... 
Sim, ele sabia. Sabia que eu jamais havia beijado alguém, e que eu não o faria com uma pessoa qualquer. Meus anseios por um príncipe encantado já fora motivo de muitas de suas piadas. Arthur  engoliu seco. 
- E você... Você gosta de alguém? - ele perguntou com certa insegurança. Todo o clima que estava ali era muito diferente de todos os que já pairaram sobre nós. Era um clima tenso, misturado com a curiosidade e o entusiasmo. 
Seu olhar estava diferente. Havia um brilho em seus olhos castanhos que eu jamais havia visto antes. 
Minha respiração falhou por alguns segundos. 
Naquele momento eu tinha certeza. A certeza que sim, eu gostava de alguém. 
Acenei com a cabeça, desviando meu olhar do seu. 
- E quem é esse alguém? - sua voz falha se atreveu a perguntar, afobando-me ainda mais. 
Eu não sabia o que responder. Eu não conseguia responder. 
Mas eu precisava. Algo dentro de mim me mandava responder. No entanto, as palavras estavam entaladas em minha garganta, e eu tinha certeza de que elas não sairiam dali. 
Segurei sua mão em um ato impulsivo. Arthur as olhou juntas e entrelaçou nossos dedos. Encarei-as por alguns instantes. Era tão bom tê-la junta da minha. Apesar de não ser algo novo, naquele momento aquele ato significava algo diferente. 
- Eu... - um som insignificante tentava sair da minha boca. Se eu falasse qualquer coisa, provavelmente gaguejaria. 
Entretanto, não precisei dizer mais nada. Arthur olhou profundamente em meus olhos e eles pareceram sorrir. Sua mão livre foi de encontro ao meu rosto, acariciando minha bochecha. 
- Eu também... - o garoto sussurrou à medida que se aproximava de mim. 
Meu coração palpitava de maneira frenética, e tive medo que Arthur  pudesse escutá-lo batendo contra meu peito. Poderia parecer ridículo. 
Mas eu sabia que ele não pensaria assim. Porque ele também... Ele também gostava de mim. 
Fechei os olhos enquanto Arthur acariciava meu rosto com uma ternura imensurável. Eu sentia cada parte do meu corpo se arrepiar. 
- Abra seus olhos - sibilou. 
Ao que o fiz, seus globos castanhos estavam a poucos centímetros de mim, e eu podia até sentir sua respiração se misturando com a minha. Sua boca estava muito próxima e entreaberta, sugestiva como nunca fora antes. 
Era isso. Era esse o momento pelo qual eu havia esperado. Eram por aqueles olhos que eu procurava, por aquela boca que eu ansiava. Era ele.
E no segundo seguinte, descobri que meus lábios haviam sido moldados para se encaixarem aos dele..."

POV Arthur Aguiar
Eu sabia que ela gostava de mim. Eu sabia que era louca por mim. Só tinha medo de admitir. Eu sabia disso apenas pelo seu olhar, aquele que tentava esconder seus verdadeiros sentimentos. Mas eu queria que ela admitisse. Eu queria que ela deixasse o orgulho de lado, me encarasse nos olhos e dissesse a maior verdade universal: eu te amo.Lua jamais havia dito tais palavras para mim, mas ela sentia. 
E eu... Bem, eu não sabia o que sentia. Já houve um tempo onde tinha a certeza de que sim, eu a amava. No entanto, segundos depois eu repensava. O que era amor? Eu não era capaz de definir. Então como saber se eu sentia algo que nem ao menos sabia o que era? 
Em alguns anos atrás, quando era moleque e as coisas eram menos complicadas, eu até poderia defini-lo – ou achar que poderia. Eu sabia que esse tal amor já fez meu coração palpitar exacerbadamente. Já me fez gaguejar, pensar o tempo inteiro nela, de modo que eu ficasse lunático e alienado às coisas a minha volta. Eu suava, tremia, minhas pernas bambeavam. Mas principalmente: quando ela estava por perto, eu embarcava em um mundo completamente novo. O amor se manifestava por Pedro. Ela era ele encarnado. 
Tudo o que eu queria, naquela época, era tê-la por perto. Eu não precisava nem ao menos tocá-la ou beijá-la – até porque nosso romance propriamente dito durou apenas um dia –; queria apenas poder olhar em seus olhos ou escutar seu riso. Mas, por algum motivo que até hoje não entendo, o encanto acabou. 
Lua humilhou meus sentimentos discreta e silenciosamente. Trouxe no lugar daquelas sensações puras e bonitas uma amargura sem tamanho. Pode parecer melodramático – talvez realmente seja –, mas depois dela, depois do que ela fez após nosso primeiro beijo, não consegui sentir novamente o que me proporcionava com mais ninguém. No começo era apenas medo de poder sofrer de novo, depois de um tempo aquele modo de agir se tornou uma característica da minha personalidade azeda. 
O amor causava-me repulsa. Ele nada mais significava para mim além de uma grande bobagem inventada pela mídia. No entanto, por mais que eu negasse fervorosamente, ao vê-la meu coração disparava como antes, e eu me sentia ridículo, o maior dos babacas. Aquilo se chamava falta de amor próprio, já que, depois de tudo, eu ainda não conseguia tirá-la da minha cabeça. 

"Ao descolar nossos lábios descobri que não havia algo melhor do que beijar . Eu sabia que era seu primeiro beijo e que ela não tinha experiência alguma, mas não se tratava apenas do físico. Envolvia muito mais. Era o fato de Lua ser minha melhor amiga. Aquela que sabia de todos meus segredos, sonhos e medos. A garota mais incrível que eu conhecera na vida. Há tempos que eu vinha sentindo algo diferente do normal perto dela. A simples vontade de ter minha amiga por perto se tornara num desejo incontrolável. Ao ver seus lábios se movendo quando me contava algum caso, minha mente se desligava e eu imaginava como seria beijá-los. 
E agora eu tinha o feito. E fora melhor do que sempre imaginei. 
Lua olhou para os próprios pés, visivelmente envergonhada. Toquei seu rosto sutilmente, de modo que ela me encarasse. 
- Você é meu melhor amigo, Arthur... - ela disse num sussurro. Beijei sua testa. 
- E quem disse que isso precisa mudar? - rebati, olhando profundamente em seus olhos, querendo que ela sentisse certa segurança nos meus. 
Um singelo sorriso brotou em seus lábios maravilhosos e, conseqüentemente, um se abriu nos meus. 
Como ela era linda... Uma beleza simples, porém exótica. Os olhos delicados, porém profundos. E o sorriso... Aquele tipo que te faz perder a respiração por alguns segundos. 
- Lua, precisamos ir... - escutei a voz de Bridget ao fundo. Eu estava em um estado de transe apaixonado e não queria ter que desfazer-me dos olhos de Lua.
- Tenho que ir... - disse ela com a voz falha, tocando minha mão que ainda estava sobre seu rosto. 
- Eu te levo depois... - tentei convencê-la, em vão, já que ela se afastou um pouco e encarou os pés por milésimos de segundo. Ela estava insegura, pude perceber. 
- Preciso ir - falou com mais convicção, encarando-me finalmente e sorrindo. Seu sorriso era diferente. Era confuso, incerto. 
Deixou a sala em seguida, deixando-me entorpecido em perguntas, ao mesmo tempo em que me maravilhava ao lembrar do nosso momento. 

*

O final de semana se passou tão lentamente que pensei ser por implicância. Queria ver novamente, queria sentir seus lábios contra os meus, queria abraçá-la e admirar seu sorriso. Ela fugiu de mim por todo sábado e domingo, mas não me desesperei. Sabia que ela estava confusa e que precisava de um tempo para absorver a informação de que estávamos apaixonados um pelo outro. Por isso eu esperava ansioso por segunda-feira. Lua veria nos meus olhos o quanto eu gostava dela e toda a insegurança iria pelos ares. 
Então, no momento em que a vi no corredor do colégio, tive vontade de correr em sua direção e roubar-lhe um beijo; entretanto, contentei-me em andar normalmente e sibilar apenas um oi. Eu não sabia o que fazer. Não sabia o que dizer. Minhas mãos começavam a formigar e eu imaginava se ela se sentia da mesma maneira. 
Mas Lua estava estranha. Mais insegura do que a ultima vez que a vi. Tinha uma expressão triste, que disfarçava com uma falsa segurança. Eu a conhecia o suficiente para saber que algo estava errado. 
- Arthur, queria conversar com você... - ela disse num tom tenso. Fiquei preocupado, e um nó foi feito na minha garganta. 
- Po-pode falar... - gaguejei, arrependendo-me em seguida de ter aberto a boca. 
- O que nós fizemos sexta-feira foi... - maravilhoso, pensei - Um erro. 
Tudo parou por alguns instantes. O tempo, minha respiração, meu coração. Meu cérebro ficou mal oxigenado, e por isso pensei estar ouvindo coisas. Respirei fundo, tentando afastar aquelas alucinações da minha cabeça. 
- Eu... Quero dizer, nós confundimos nossos sentimentos, Arthur. Nossa amizade é tão forte que pensamos ser outra coisa. Você é meu melhor amigo, e... 
Espera. Então aquilo não era uma alucinação? Por que ela estava falando tudo aquilo? O que sentíamos um pelo outro era algo muito alem da amizade, e aquilo era inegável! 
-Lua , eu e você é muito mais que amizade! Você sabe disso! - eu já começava a me desesperar, e meu tom de voz não era mais normal. Lua fazia de tudo para não me olhar nos olhos, e eu fazia nada além de procurá-los. - Eu sei que você sente o mesmo que eu, por que está mentindo agora? 
- Eu não estou mentindo... - ela sussurrou. Havia certo pesar em sua voz. Eu a conhecia bem o suficiente para saber que algo a incomodava. 
- Para a sua infelicidade eu a conheço demais, e sei que está mentindo! - falei convicto. - Por que está fazendo isso? 

O nó se transformou em um bolo que ia aumentando a cada segundo que passava. Lua encarava tudo menos a mim, e aquilo me agoniava. 
- Pedro foi à minha casa esse final de semana... - ela pigarreou. E eu não queria mais escutar. Eu sabia o que viria pela frente. - Nós conversamos e eu senti algo que nunca senti antes... Meu coração palpitou, minhas pernas bambearam, minhas mãos suaram... 
Desliguei-me daquele momento por segundos. Tudo o que narrava eram as exatas sensações que ela me causava. E que sentia por outro... 
Mas ela estava mentindo. Ela tinha que estar mentindo. 
- Eu não acredito em você - rebati com certa fúria. - Isso é mentira,Lua . - reafirmei, na tentativa de fazê-la dizer a verdade. 
Foi ai que avistei Pedro ao longe, com um sorriso quase imperceptível. Um sorriso direcionado à mim especificamente. Um sorriso que dizia: eu venci. 
Minhas mãos se fecharam em punho e uma raiva jamais sentida antes tomou conta de mim. Ela era tão forte e devastadora que, sem ao menos ter feito nada, me vi quebrando o nariz de Pedro. Mas antes que pudesse por minha imaginação em pratica, meu amigo abraçou por trás e depositou um beijo em seu pescoço. 
Eu queria matá-lo, queria quebrar todos os ossos de seu corpo com as minhas próprias mãos. 
Jamais havia sentido tamanho ódio dentro de mim. Era algo tão mais forte que qualquer outro sentimento no universo. 

- Você é o melhor cupido do mundo, Arthur - Pedro se pronunciou, e eu senti o cinismo em sua voz fazer tremer cada parte do meu corpo. Olhei profundamente nos olhos de Lua , procurando um porquê, um motivo qualquer que justificasse toda aquela situação. Seu olhar era obscuro, perdido, pesaroso... Eu queria só um por que... 
- Eu não quero perder sua amizade... - vi seus lábios se moverem sem emitir som algum. 
Tais palavras fizeram o ar faltar em meus pulmões, e uma dor imensurável eu senti. Nada parecia fazer sentido. Era tudo uma brincadeira, talvez? matara cada sentimento bom que eu sentia por ela, substituindo-os por uma ira gigantesca. 
- Você acabou de perdê-la - falei em alto e bom som. 
E a partir daquele momento, prometi a mim mesmo que infernizaria a vida de Lua Blanco e Pedro Cassiano pelo tempo necessário, até fazê-los sentir o mesmo que eu naquele dia. "

Era fim de tarde no sítio de Aaron, e a música alta já saia de caixas de som espalhadas por todos os lugares. Eu já tinha um copo fixo de uísque nas mãos e vagava pela área da piscina, ora observando o sol colorir o céu enquanto se punha, ora analisando as pessoas que ali estavam. E pensando comigo mesmo: como eu era anti-social. Não tinha a mínima vontade de me entrosar com os ali presentes, muito pelo contrário: queria distancia. Seus atos me repeliam. Aquela mania irritante de falar alto, de querer ser o centro das atenções, de beber até fazer algo muito vergonhoso. Eu não gostava daquilo. 
Preferia ficar em um canto, bebendo sozinho e apenas apreciando o álcool. Talvez fosse por esse meu jeito reservado que as garotas que passavam sempre me comiam com os olhos. 
Procurei por alguém especial por ali, mas nem sinal dela. Qualquer pessoa que pudesse ler meus pensamentos provavelmente me acharia um idiota. Na verdade eu era idiota. Eu fazia de tudo pra tirá-la da droga da minha cabeça, mas todas as tentativas sempre eram em vão. A substituía por bebidas, por drogas, por prostitutas, mas nada, nada a expulsava dali. 
Enquanto procurava por ela, outra pessoa chamou minha atenção. Uma loira de roupas curtíssimas parada do outro lado da piscina me encarando. Eu era muito bom em decifrar olhares, e o seu tinha um misto de raiva e desejo. Arqueei as sobrancelhas, sorri sutilmente e tomei um longo gole do uísque. O vestígio de raiva foi embora completamente de suas orbitas azuis, e o desejo o consumiu por inteiro. Giovana era tão fácil de ler. Uma garota solitária, que tinha como amigos apenas os pecados. E os seus melhores eram a luxuria e a inveja. 
Eu nem ao menos precisei chamá-la. Caldwell veio em minha direção, rebolando mais do que necessário para que eu notasse sua bunda. A garota parou na minha frente e me encarou sensualmente – ou ao menos tentou. Por algum motivo desconhecido, não conseguia me sentir atraído por Giovana. Ela era inegavelmente bonita, tanto que sempre arrastava olhares por onde passava, mas... Algo lhe faltava. 
- Sabe, ontem depois que vocês me expulsaram do quarto - começou ela com certa raiva na voz, - Eu não pude deixar de escutar seus gemidos por trás da porta... 
Oh... Então Giovana voltara ao quarto para me ouvir transando com Lua ? Interessante. 
- E eu não consegui não me imaginar no lugar de Lua... - a garota passou a ponta dos dedos sobre meus ombros, tentando de alguma forma me excitar. Ela provavelmente conseguiria, mas não de uma forma significativa. 
No mesmo instante que suas mãos desciam por meu tronco, lancei meu olhar alheia mente pelo lugar e avistei Lua parada perto de uma espreguiçadeira, conversando com Sophia e Mica. Por alguma razão, como se ela escutasse meus pensamentos chamando por ela, me olhou e cerrou um pouco o cenho. Será que aquela cena a causaria ciúmes? 
Provavelmente não, já que sabia meus verdadeiros sentimentos por Giovana. Para a minha surpresa Lua piscou e voltou a conversar com seus amigos, deixando-me à deriva. Quando os dedos de Giovana cegaram ao cós da minha calça, pensei no que aquela piscadela poderia significar. E eu sabia muito bem o que queria... 

- Por que não vamos para um quarto e fazemos sua imaginação se tornar realidade? - sussurrei em seu ouvido, vendo a garota estremecer. Ela nem pestanejou, já foi me puxando pela mão, levando-me para dentro da casa envidraçada de Aaron. Lancei um ultimo olhar na direção de e vi que esta me encarava. Sorrimos mutuamente e deixei que Giovana me levasse até a escada. 
Quando chegamos ao corredor, abri a primeira porta que vi e a empurrei quarto adentro. Ava pulou em meu pescoço e passou a me beijar fervorosamente. Apesar de não ser , ainda assim era uma mulher e eu aproveitaria da oportunidade. Comecei a tirar rapidamente as roupas da garota, vendo sua feição de excitação aumentar cada segundo mais. 
Joguei-a com voracidade na cama e realizei seu sonho de consumo daquele dia. Vendo em seu rosto, aquele que não saia da minha mente. 

Giovana estava deitada em meu peito nu, provavelmente esperando que eu a abraçasse. Não o fiz, obviamente. Não éramos um casal e nem seriamos, aquilo tudo foi – além de encenação – apenas sexo casual. Extremamente casual. 
Peguei um cigarro no bolso de trás da minha calça, a qual estava jogada no chão, e o acendi em seguida, esperando o momento certo para por meus planos em prática. 
- Viu como somos uma dupla incrível, Arthur? - Giovana sibilou, apoiando um dos braços na cama, enquanto o outro vagava por meu abdome. Olhei-a de esgoela e dei uma tragada longa no Marlboro, soltando a fumaça sem pressa alguma. 
- Está pensando nela, não está? - sua voz saltou da alegria para o ódio. Ri sutilmente e traguei o cigarro novamente. Giovana parecia querer uma resposta urgente. 
- Não - respondi simplesmente, ainda sem encará-la. Eu realmente não estava. Um milagre. 
Ficamos em silencio por alguns instantes, até a loira suspirar pesarosamente e levar a mão até minha coxa, acariciando toda a região. Reservei-me a concentrar no cigarro e ignorar completamente a presença da garota. Daquele modo ela ficaria completamente louca e diria – ou faria – qualquer coisa. Ela gostava de ser maltratada. 
- Ela não gosta de você, Arthur. Você sabe disso. 
Todos os músculos do meu corpo se enrijeceram de tensão com a frase. Giovana pareceu gostar da situação, e passou a se insinuar ainda mais ao meu lado, ainda tentando me excitar. 
- Como você tem tanta certeza disso? - tentei parecer o mais natural e sereno possível. A última coisa que eu precisava era de uma terapia amorosa com Giovana Caldwell. 
- Todos sabem, Arthur. Todos sabem... - ela disse alheiamente, passando a beijar meu pescoço. 
-Lua  gosta de mim. Só é orgulhosa demais para admitir. - rebati no tom mais convencido que consegui, tentando disfarçar meu nervosismo ridículo. Giovana soltou uma risada rouca e cínica e tive vontade de sacudi-la, para não fazer algo pior. 
- Ela está te usando Arthur, não percebe? E quando ela conseguir o que quer, que é Pedro, ela irá te enxotar em questão de segundos! - a loira argumentou com convicção, fazendo minha raiva aumentar ainda mais. Quem ela pensava que era para falar tal coisa? 
Traguei um ultimo fio de fumaça e apaguei o cigarro no copo de uísque em cima da cabeceira. 
- Ela realmente está conseguindo te enganar... 
Num ato impulsivo empurrei a garota para o lado e me posicionei por cima dela, prendendo seus braços acima de sua cabeça. 
- Ninguém me engana, Caldwell - falei ameaçadoramente, prendando meu corpo contra o da garota. Obviamente, sendo a safada que é, a loira gostou de tal agressividade. - Nós veremos quando ela não quiser mais saber de você... - rebateu no mesmo tom, tendo sua raiva aumentada assim como a minha. - Ela não é a melhor para você, Arthur!
Tive vontade de rir. Eu sabia o que ela falaria em seguida, não precisei ao menos perguntar. 
- Eu sou a melhor para você! 
Como previsto. Pobre Giovana. Ela realmente pensava isso? Quero dizer, do fundo de seu coração, era nisso que acreditava? 
- Eu faço de tudo por você, Arthur!
E era daquele momento que eu precisava para colocar meu plano em prática. Tirei meu corpo sobre o da garota e me sentei na cama, pegando minha calça no chão e procurando pelo meu celular. Eu sabia exatamente o que ela falaria – graças à minha facilidade por traduzir suas feições e prever suas ações. E eu sabia exatamente o que eu faria. 
Giovana engatinhou até minha direção e abraçou meus ombros, apoiando o rosto em minhas costas. 
- O que você já fez por mim, Caldwell? 
A garota bufou antes de responder. 
- Tudo que fiz com Lua foi por você! - disse com ódio. - Claro que eu queria acabar com a vida dela, mas isso seria uma conseqüência! Eu queria que você visse o que eu era capaz, queria que visse o quão melhor e mais interessante eu sou! Muito mais do que aquela palerma quase morta da Lua !
Suspirei tediosamente com todas aquelas informações. Não acreditava que Giovana realmente me impressionaria com todas suas ações do ano passado. Se tivesse feito com qualquer outra pessoa, quem sabe... Mas Caldwell havia se metido com a pessoa errada. 
- Foi tudo tão fácil! - ela continuou com um risinho irônico. - Tão fácil enganar Lua... Se eu pensava que era uma mosca morta, imagina Pedro! Ele tinha tanto ciúme do relacionamento de Lua e Chay que acreditou cegamente que os dois estavam tendo um caso... Tão bobinho... 
Realmente. Eu jamais sentira ciúmes de Lua com Chay, justamente por saber que eles eram melhores amigos... Bem como eu e éramos antes de... Bom, tanto fazia. 
Olhei de relance para meu celular, verificando se o mesmo gravava cada palavra que saia da boca da loira. Ela sim era bobinha por nem ao menos perceber. 
- Se você queria apenas separá-la de Pedro, por que precisou fazer aquele escândalo com o diretor Spancer? Era necessário fazer ser expulsa do colégio? 
- Claro que era! Eu queria aquela vadia fora do meu caminho! - a palavra vadia fez meu sangue borbulhar. Novamente: quem ela pensava que era? - E não consegui só expulsá-la do colégio. Expulsei-a do país! Vamos lá, admita que fui sensacional! 
Pobre Giovana. Ela realmente se achava sensacional? Sensacional por ter feito ser humilhada diante de todo o Drayton, ser expulsa de casa e do colégio e ser presa? Nunca quis tanto machucar Giovana quanto naquele momento. 
- Quer saber o que eu acho, Caldwell? - perguntei calmamente. A garota concordou com a cabeça. - Eu acho que você é patética. 
A respiração de Giovana se perdeu por alguns segundos. Sua expressão de choque naquele momento com certeza era hilária. 
- Pa-té-ti-ca. - repeti lentamente. - Acha mesmo que iria me impressionar com aquele showzinho? Me fez sentir ódio de você. E acima de tudo: pena. Precisar acabar com a vida de uma pessoa por inveja? 
- Eu não fiz isso por inveja! - a loira tentou se defender, desencostando-se de mim. 
- Oh, me poupe de teatrinho, Caldwell! Você morre de inveja de Lua . Só porque ela é tudo o que você jamais vai ser. Inveja por ela ser amada pelos amigos sem fazer nada, enquanto você sempre queria chamar a atenção para si de modos ridículos! Mimada! 
- Não vou mais escutar isso! - se levantou da cama e começou a pegar as roupas espalhadas pelo chão. 
- Enquanto tinha Pedro apaixonado por ela, Chay – seu próprio namorado – apaixonado por ela, e eu apaixonado por ela. Ao invés de você tentar mostrar... Não sei, talvez alguma qualidade que você pudesse ter, você quis acabar com a vida de uma pessoa! Acha mesmo isso impressionante? Isso é patético! 
- Cale a boca! - Giovana lançou um sapato em minha direção, e eu por sorte desviei. Aquela situação toda estava cada vez mais engraçada. 
- Você. É. Patética. 
E no momento seguinte, pela segunda vez em algumas horas, a mão de Giovana se encontrou com meu rosto em um estalo. E daquela vez, o ato me irritou profundamente. 
- Você me paga, Arthur! - gritou. 
Joguei o celular na cama e puxei seus braços com fúria, fazendo seu corpo colidir fortemente contra o meu. Apertava com furor os seus pulsos, rezando para machucá-los. 
- Quem você pensa que é? - fiz a pergunta que tanto martelava minha cabeça, sacudindo a garota algumas vezes e fazendo uma expressão assustada aparecer em seu rosto. - Ou melhor, se esqueceu de quem sou eu? E do que eu posso fazer com você? Acha que não sei de todos os seus segredos podres? Como por exemplo, o seu caso sujo com o diretor Spancer? 
A expressão de Giovana variou entre choque e medo. 
- Como você sabe disso? - perguntou desesperada, fazendo-me rir com prazer. 
- Acha mesmo que eu acreditei tão facilmente no teatro que vocês dois fizeram para expulsar ? Quem acreditaria tão facilmente em você, dizendo que contrabandeava drogas na escola sem nem ao menos ter provas, se não fosse alguém que estivesse te comendo? 
Giovana tentava se soltar das minhas mãos inutilmente, e eu apertava ainda mais seus pulsos a cada tentativa. 
- Eu tinha provas! - Caldwell gritou furiosa, debatendo-se contra mim. 
- Provas que só você tinha, só você viu. Provas que você implantou no armário de Lua . Vamos lá Giovana, pare logo com esse teatrinho, que já está acabando com a pouca paciência que me resta! 
Soltei-a de repente, e a garota cambaleou algumas vezes, apoiando-se na sua cama para não cair no chão. 
- Da próxima vez, lembre-se bem do que eu sou capaz de fazer antes de me ameaçar, Caldwell. Agora saia desse quarto. - falei com fúria, vendo a garota se reerguer e lançar um olhar furioso em minha direção. - SAIA! 
Sem pensar duas vezes, Giovana correu cambaleante para fora do quarto, fechando a porta com toda sua força. 
Passei a mão pelos cabelos nervosamente, tentando espantar aquela raiva de mim. Não eram para as coisas terem saído daquela maneira, apesar de ter sido tudo perfeito. Era para apenas Giovana sair irritada daquela história. Agora eu exalava furor por todos os poros. 
Peguei meu celular jogado na cama e finalizei a gravação de voz, mandando uma mensagem em seguida. 

‘Me encontre no primeiro quarto do corredor do segundo andar. Tenho o que você precisa. Xx, Arthur.’



Deitei-me, nem ao menos fazendo questão de vestir minhas roupas. Não era como se nunca tivesse visto o que estava prestes a ver ao entrar naquele quarto. E eu queria que ela tirasse toda aquela tensão de mim, de uma maneira que apenas ela sabia como. 
Após alguns longos minutos e dois cigarros, Lua apareceu no quarto com uma taça de champanhe na mão, a qual deixou cair no chão assim que me viu nu deitado na cama. 
- Por que você está pelado? - ela gritou, tampando os olhos em seguida e me fazendo rir. Típico de tal ação. 
- Sem brincadeiras, venha aqui - resmunguei ainda contrariado, mas vendo minha ira extravasar aos poucos, à medida que sorria marotamente. 
Deitou-se de bruços na cama, apoiando o rosto com os braços e me encarando de maneira angelical. Aproximei-me de seu rosto. 
- Então... O que é que eu preciso? - perguntou sugestiva e ao sentir o cheiro de álcool vindo de sua boca, descobri o porquê de toda aquela afobação.Lua  não era tão soltinha daquela maneira usualmente. 
De qualquer maneira, gostei de seus olhares sugestivos e sorrisos devassos. 
Resolvi aproveitar da situação e puxei seu corpo para mais perto do meu, fazendo com que suas pernas ficassem entrelaçadas às minhas. 
Tateei a cama até achar meu celular e procurei pela gravação. Coloquei para tocar e passei a admirar com diversão as diferentes expressões – de choque à diversão – que apareciam em seu rosto ao longo que as palavras venenosas de Giovana eram ouvidas. 

- Arthur... Você é genial! - Lua exclamou ao final da gravação e me surpreendeu ao colar seus lábios com furor contra os meus. Não hesitei e aproveitei para segurar firmemente sua cintura e a puxar por completo para cima de mim. As mãos de arranhavam minha nuca e ombros, enquanto as minhas deslizavam por suas costas. 
Diferentemente de Giovana, apenas com tal ato, conseguiu me excitar. Nem ao menos precisava se insinuar sensualmente ou fazer caras e bocas. Não precisava nem me tocar. Apenas o atrito de nossos lábios me fazia desejá-la loucamente. 
Mordeu meu lábio inferior antes de separar nossas bocas e colou nossas testas, encarando-me profundamente. Eu sabia que Lua era tão boa quanto eu em ler olhares e expressões, e eu sabia o que via em mim: um cara patético que tentava de todos os modos esconder a paixão que tinha por ela. Eu poderia ser cínico o tanto que fosse, mas isso eu não conseguia esconder. 
Mas eu também via o que seus olhos transmitiam. E era o contrario de tudo que Giovana dizia, e contrario a tudo o que a própria se permitia a admitir. Ela podia ter sentimentos por Pedro, mas os que sentiam por mim eram diferentes. Eu sabia que em cada ofensa, cada agressão, e cada vez que Lua dizia não sentir nada por mim, ela queria dizer o contrario. Talvez até inconscientemente. Mas aquele olhar, daquele momento... Ele mostrava a Lua que eu costumava conhecer a cinco anos atrás. A minha companheira, minha melhor amiga, meu primeiro amor. A Lua que me transformou para algo ruim, mas que tinha total poder de me transformar em algo bom novamente. 
Por um momento, também voltei a ser o Arthur de cinco anos atrás. Sem malicias, sem maldades, sem cinismos. 
Toquei o rosto de Lua com sutileza e coloquei mechas de seu cabelo para trás da orelha para que pudesse admirá-la com mais clareza. Ela fechou os olhos por alguns instantes antes de voltar a me encarar. 
- Então é verdade? - sibilou calmamente, também começando a acariciar meu rosto. Respirei fundo, sentindo o oxigênio rasgar cada tecido por onde passava. Senti meu estômago dar voltas e voltas com seu toque delicado. Tive medo de abrir a boca, gaguejar e estragar aquele momento. Arthur Aguiar gaguejando seria tão... Não-Arthur Aguiar.
- O que? - limitei-me a dizer. 
Lua riu levemente e passou a ponta dos por meus lábios. E depois por meu nariz. Por meus olhos. Sobrancelhas. Desceu pelas bochechas. 
- Que você é apaixonado por mim... - ela respondeu tão baixinho que por pouco não consegui ouvir. Sua voz era doce... Calma... Serena... 
Cada parte do meu corpo se congelou. O que eu diria? Eu havia admitido na gravação – sem ao menos lembrar na hora que minha voz estava sendo gravada, senão com certeza não teria dito aquilo –, eu não poderia negar agora. Apenas dizer em voz alta – já que Lua  estava cansada de saber que sim, eu era apaixonado por ela – mostraria um sinal de fraqueza? Ser apaixonado era um sinal de covardia?
Lua  parara com seus carinhos e passara a me encarar com ainda mais profundidade. Pela proximidade de nossos rostos, senti sua respiração falhar algumas vezes. 
Segurei seu rosto delicado entre as mãos com cuidado e vi aflorar um lado em mim que estava adormecido por muito tempo: Arthur Aguiar, o romântico incurável. 
- Eu sou louco por você, Lua.
Pronto, estava feito. Se fosse fraqueza ou covardia, que se danasse. Eu precisava tirar aquele peso das minhas costas. 
Pra que continuar jogando aquele interminável, cansativo e inútil jogo de sedução, sendo que o que eu mais queria era justamente aquilo: simplicidade e sinceridade entre nós dois. 
Se fosse pra ser vulnerável, amável e tudo aquilo que eu costumava ser num passado remoto, que fosse tendo daquela maneira:Lua doce, frágil e minha. 
Um sorriso, o mais maravilhoso que eu já vira, abriu-se naqueles lábios que eu almejava sempre, fosse em sonho ou em realidade. 
Lua saiu de cima de mim e se deitou ao meu lado, aconchegando-se em meu peito. E dessa vez, ao contrario de Giovana, eu tive o maior prazer em envolvê-la com meus braços, apertando-a tão forte contra meu corpo que seria até possível fundi-la a mim. 
Encaramo-nos sossegados por alguns segundos, até Lua sorrir marota e chegar os lábios perto de meu ouvido. 
- Quer saber? Eu também sou meio que obcecada por você - ela disse num sussurro, fazendo-me rir e pôr meu corpo por cima do seu, beijando-a com um misto de calma e ferocidade. 
Aquilo era tudo o que eu precisávamos para, quem sabe, voltarmos a ser quem éramos. 

XOXO BIA BERNARDO,QUERO MUITOS COMENTÁRIOS
Cap 11 Half of My Heart's Got You

"Assim que deixei a casa de Arthur, meu coração ainda batia forte. Aquele fora o momento mais especial da minha vida. Depois daquele beijo, a certeza de que eu estava completamente apaixonada era absoluta. Seus olhos não saíam da minha mente, e o gosto de sua boca não desaparecia. Não queria ter ido embora; por mim, ficaria com ele pelo resto do dia. Mas ao me chamar, Bridget parecia séria. E quando entramos no carro, dissera que mamãe queria conversar comigo, e que seu tom de voz não parecia dos mais amigáveis. Mas eu tinha certeza que, o que quer que a deixara com raiva, extravasaria no momento em que eu contasse que estava com Arthur. Quer dizer, eu não sabia se continuaríamos juntos, mas aquele era meu maior desejo.
Com Arthur em minha mente durante o trajeto até nossa casa, assim que pisei no apartamento, Janette nos aguardava no saguão.
- Para o seu quarto, Bridget. - a mais velha ordenou imediatamente, mantendo seu olhar fixo e severo sobre mim.
- Mãe, a senhora não vai acreditar no que aconteceu hoje! - comecei alegremente, vendo-a me calar com um aceno de mão. 
- Eu sei muito bem o que aconteceu hoje, ... - falou, com um tom ríspido e rude, começando a andar de um lado para o outro. O barulho que os saltos de seus sapatos faziam contra o mármore deixava aquela cena ainda mais torturante. - Seu amigo Pedro, aquele pedaço de trapo, veio até a nossa casa... – Congelei. Pedro estivera ali? O que queria? – Ele entregou-me uma carta endereçada a você... – Janette mostrou uma carta em suas mãos, a qual estava aberta. Ela lera uma carta que fora endereçada à mim? Abriu a carta e colocou os óculos sobre o nariz. - ‘Querida Lua, espero que Arthur já tenha falado com você, e que sua reação tenha sido positiva. Nunca gostei de alguém como gosto de você. Nunca os olhos de alguém me encantaram tanto quanto os seus me encantam. Nunca o sorriso de alguém me fizera tão feliz... Quero tanto ter você para mim... Espero que sinta o mesmo. Passarei em sua casa em breve para saber a sua resposta... Com amor, Pedro’.
Ao terminar de ler com frieza, a expressão de nojo estava estampada em sua face. E a que continha na minha era de choque. Eu gostava de Pedro, mas não daquela mesma maneira... Nossa relação não passava de amizade, e eu havia deixado claro para Arthur.
Mas aquelas expressões de Janette estavam me irritando. Todo aquele ódio por Pedro era por qual motivo? Por ele ter menos dinheiro que nós? E, novamente, toda aquela picuinha econômica voltava a me assombrar.
- O que significa isso,Lua? - ela perguntou ameaçadoramente.
- Uma declaração de amor, não leu? - rebati, aumentando a fúria de minha mãe.
- Se você ficar com esse garoto...
- O que mãe? O que a senhora vai fazer? Me expulsar de casa? - a instiguei, vendo meu tom de voz se exaltar. Ela tinha absolutamente nada a ver com quem eu me apaixonava ou deixava de apaixonar. Pedro não era por quem meu coração batia, mas aquela discussão havia me alterado de tal maneira, que eu pensava em coisas completamente irracionais apenas para enfurecer a minha mãe.
- Ele é pobre,Lua ! Pobre! - Janette gritou furiosa, quase arrancando os cabelos loiros da cabeça. - O que vão pensar de você? Que futuro você terá com esse garoto? Ele não pode te trazer nada de bom!
- Você realmente acha que amor e dinheiro estão interligados? Acha que serei feliz apenas se namorar alguém rico? - perguntei, incrédula com as palavras de minha mãe. Não era possível que alguém conseguia ser tão cega e hipócrita.
- Não é questão de felicidade! É questão de comodidade, de ter uma vida boa! - rebateu, ainda mais furiosa.
Ri sarcástica e nervosamente. Aquela fora a gota d’água. Então, eu somente teria uma boa vida – na mente de Janette, isso provavelmente significava ter uma vida luxuosa e cara – se eu me envolvesse com alguém poderoso... Preferia ficar sozinha para sempre a pensar daquela maneira.
- É por isso que papai te deixou... - meu tom de voz abaixou. O olhar da minha mãe passou de furioso para chocado, e depois para furioso novamente. - E é por isso que você continua, e sempre vai continuar sozinha. O que as pessoas pensam sobre isso, mamãe?
No segundo seguinte, sua mão estralara em meu rosto, e senti a região arder com fervor.
- Experimente ficar com esse garoto, que...
- Nós já estamos juntos, mãe. E quero ver a senhora tentar alguma coisa contra isso. - falei ameaçadoramente, subindo as escadas e deixando-a com a pior das expressões. 

Quando me joguei na cama, um bolo de nós se formara em minha garganta e tive uma vontade horrível de gritar. Eu não acreditava no que havia acabado de fazer. Dissera a Janette que estava namorando Pedro, por um impulso fulminante e incontrolável. Minha raiva era tamanha que, no momento, o que me parecia mais certo era enfrentar minha mãe. E não havia maneira melhor para guerrear do que fazer de tudo para enfraquecer seu inimigo. Eu sabia que namorar Pedro causaria a maior discórdia entre Janette e eu.
Mas... E Arthur? Era ele que eu amava, era com ele que queria ficar. Valeria a penar deixar o amor por uma simples vingança? 
Eu não era assim. Eu não deixaria algo tão banal entrar no caminho da minha felicidade, ou senão me tornaria tão medíocre quanto as pessoas que eu desprezava. 
O amor era maior que o dinheiro e a vingança juntos. 
Desmentiria o que acabara de falar à Janette no dia seguinte.

*
No minuto em que abri os olhos na manhã consecutiva, meu primeiro pensamento foi o de tomar providências. Desci imediatamente a escada, a fim de abordar minha mãe no café da manhã, humildemente pedir desculpas e desmentir tudo sobre Pedro. 
No entanto, uma onda elétrica de choque percorreu cada célula do meu corpo ao ver Pedro sentado na mesa do café conversando com Janette. O que significava aquilo?
Eu não sabia o que fazer. Meu desejo mais profundo era o de voltar para meu quarto, trancá-lo e não sair de lá até que aquele dia acabasse. Mas antes que pudesse o fazer, Janette avistou-me e se levantou imediatamente para vir ao meu encontro. 
- Você estava certa. Não quero que fique sozinha como eu... - ela disse com simplicidade, depositando um beijo sobre minha testa. - Aprenderei a gostar do garoto. Já conversamos, e ele parece ser bom e completamente apaixonado por você... Acho que é isso o que realmente importa afinal de contas...
Janette foi para outra sala, deixando-me sozinha com Pedro naquele cômodo. Seu sorriso era enorme e radiante, e ele também se levantou para vir em minha direção.
Quando estávamos a milímetros de distancia, seus lábios tocaram os meus com sutileza e, rezei veemente para que pudesse sentir alguma coisa e tornar toda aquela situação menos teatral e com, pelo menos, um pingo de verdade.
Mas como eu já previa, nada senti. Nenhuma agitação no estômago. Nenhum suadouro na mão. Minha mente não girava, meu coração não palpitava. 
Pedro me abraçou e sibilou: ‘Estou tão feliz’.
Naquele instante, uma lágrima se desprendeu dos meus olhos. E tudo o que veio em minha mente foi a imagem do sorriso de Arthur.
Eu não sabia mais o que fazer."

POV Arthur
Por algum motivo, meus olhos se abriram devagar. Ao sentir um misto de euforia e álcool, eu sabia que não queria ter acordado. A sensação da minha pele ao contato da garota de costas a mim era esplêndida. Meus braços envolviam sua cintura, e minhas mãos estavam entrelaçadas às suas. 
Cheguei meu rosto mais perto de seu pescoço e inspirei o cheiro de seu Calvin Klein profundamente, depositando beijos na região nua em seguida. 
Eu estava oficialmente apaixonado por Lua e nem se eu quisesse conseguiria esconder. Era uma sensação de liberdade incondicional poder admitir que era louco por ela. Estava feliz como nunca estive por um bom tempo. 
De todas as mulheres que tive, nenhuma se comparava a ela. Todas eram tampões de diferentes tamanhos, tampões que nunca se enquadravam ao buraco contido em meu peito. Eram tentativas frustradas de me fazer esquecer ou pensar um pouco menos naquela que tinha o encaixe perfeito para aquele vazio dentro de mim.
E agora eu estava completo. Não faltava mais nada. 
A máscara que se tornara parte de mim havia caído, levando junto todo o cinismo, a amargura e a infelicidade. Eu estava desacorrentado de mim mesmo, estava livre para ser quem quisesse: alguém melhor perto de Lua. 
Ao continuar beijando sua pele delicada, a garota mexeu-se algumas vezes e finalmente se virou. Os olhos borrados de maquiagem continuavam lindos.
- Bom dia... - Lua disse num sussurro, com um sorriso singelo armado nos lábios. Eu imaginei se todas as vezes que eu acordasse com ela, aquele simples sorriso iria causar todo esse estardalhaço dentro de mim.
POV Arthur off



Eu tinha me esquecido da sensação de encarar os olhos sinceros de Arthur. Mas no momento em que vi aquele velho brilho ser implantado neles, recordei-me imediatamente. E era como se nunca estivéssemos separados. 
Eu gostei de Pedro, jamais negaria isso. Mas o amor que ele conquistara fora pela convivência, pela amizade e comodidade. Em contrapartida, o que sentia por Arthur era fulminante, feroz, chegando a ser agressivo.
As vezes em que eu nunca sabia explicar o que ele me causava, parecia claro naquele momento. Era o amor que sentia por ele, que estava tão esquecido e tão preso a milhares de chaves, que me causava todas aquelas confusões. 
Eu o amava. Sim, tinha certeza. Todas as vezes em que aquelas palavras foram ditas à pessoa errada, eu sabia que deviam ter sido ditas à outra. À pessoa diante de mim, acariciando meu rosto e me encarando com a maior ternura possível. 
Agora não tinha vergonha ou receio em admitir o quão lindo ele era. O quão bom era beijá-lo, ter suas mãos vagando por meu corpo, e o quão magnífico era fazer amor com ele.
Arthur acalmou a tempestade em minha alma. 
Eu não pensava em vingança, queria apenas provar minha inocência. Deixaria Giovana em paz – e furiosa – e tocaria minha vida. Com Arthur. Nada era mais certo do que isso.

Conversamos por alguns minutos – e em outros ficávamos apenas nos admirando – e resolvemos descer para o café da manhã, aproveitando o último dia do feriado improvisado na casa de campo de Aaron. Chegamos à conclusão que era melhor mantermo-nos afastados por aquele dia, apenas até que meus assuntos pendentes com Pedro estivessem resolvidos.
O dia se arrastou com uma lentidão torturante. Tudo que eu queria era ficar perto de Arthur, mas nos contentávamos em nos encarar e rir ao lembrar de nossa cumplicidade. De tempos em tempos, passávamos um do lado do outro e esbarrávamos nossas mãos propositalmente, numa vontade incessante de entrelaçá-las. Mas toda aquela tortura acabaria em breve, eu sabia disso.

Quando a lua ocupou o lugar do sol e tochas iluminavam toda a área da piscina, procurei por Arthur. Puxei-o pela mão até o jardim, onde árvores poderiam nos esconder.
Prensei-o contra uma e não tardei a beijá-lo com fúria, extravasando a vontade louca que eu estava de tê-lo pra mim o mais rápido possível. Ele pareceu gostar, já que mordia meu lábio inferior de tempos em tempos e apertava minha cintura com fervor.
- Não aguento te ver de longe e não poder fazer nada... - disse num suspiro, voltando a colar nossos lábios com fúria e se virar, prensando-me contra a árvore. Suas mãos agora passeavam pela minha barriga debaixo da blusa e eu o puxava pela cintura, tentando fazer com que nossos corpos ficassem ainda mais colados. 
- Graças a Deus você está dormindo no mesmo quarto que eu... - confessei, excitando-me só de pensar em como seria à noite quando tudo estivesse acabado. Arthur pareceu ter a mesma reação, já que quando apertou seu corpo contra mim, senti um volume avantajado em sua calça. 
Afastei-o com carinho, sabendo que se continuássemos daquele jeito estaríamos sem roupas em cinco segundos, e dei um tempo para que pudéssemos recuperar a respiração. 
- Quero acabar com essa história... - comecei ofegante, ainda tentando recuperar o fôlego. - Está com a gravação?
Arthur concordou um pouco vacilante.
Tirou o celular do bolso traseiro da calça e hesitou por alguns segundos antes de me entregar. 
- Isso é apenas por vingança, não é? - ele perguntou, com um olhar confuso.
- Claro que sim... - respondi confiante, querendo que ele se sentisse da mesma maneira que eu.
- Só isso? - Arthur reforçou.
- O que você está querendo dizer?
Ele hesitou novamente, tirando seus olhos do meu e olhando ao longe.
- Você não está me usando só para ter Pedro de volta, está?
Não acreditei no que ele perguntara, a princípio. Giovana conseguira envenenar sua cabeça?
Mas depois pensei um pouco mais. Ele tinha toda razão por se sentir inseguro. Tantas foram as vezes que eu escolhi equivocadamente Pedro ao invés dele...
Segurei seu rosto entre minhas mãos, não lhe dando opção a não ser me encarar nos olhos. Eu queria que ele olhasse profundamente e visse a verdade por trás deles.
- Não quero Pedro de volta, Arthur. - falei com segurança. - Quero você. Eu sempre quis você. Só não sabia disso, mas agora sei! É com você que quero ficar. 
Um sorriso sutil surgiu em seus lábios. Não resisti e os juntei aos meus. Nunca tive tanta certeza de algo em minha vida. 
- Agora me deixe ir...
Soltei seu rosto e saí de trás da árvore com o celular de Arthur nas mãos. Antes que eu pudesse dar mais um passo, o garoto puxou-me pelo braço e me beijou uma última vez, entorpecendo-me.
- Quero que isso acabe de uma vez. - ele confessou.
Sorri e dei as costas, indo em direção a Pedro e dando um jeito de realizar o desejo mais profundo meu e de Arthur. 

Pov Arthur
Acompanhei com os olhos, vendo-a trançar-se pelas árvores e desaparecer segundos depois. Tudo acabaria em minutos, eu não poderia estar mais feliz. 
Após alguns instantes,também saí dali e fui direto ao bar, adiantando minha comemoração. Depois de um copo de uísque, avistei Sophia ao longe com Micael e fui de encontro a eles.
- Viu a Lua ? - não resisti e perguntei à Sophia. A garota contou que ela passara por ali minutos atrás com Pedro e eles desceram pelo campo de futebol. O olhar de Sophia era de pena. Ela provavelmente pensava que eu sofreria ao escutar tal sentença, mas ela claramente não sabia de tudo o que estava acontecendo.
Uma vontade de ir até Lua e e ver o que estava acontecendo me abateu. Mas eu não a seguiria. Lua resolveria a situação por si só e me contaria depois.
Roubei outro copo de uísque de um garçom e tomei toda a bebida em um segundo, tentando acalmar a ansiedade dentro de mim. Queria ver o que Lua dizia a Pedro, mas tinha que confiar nela. Eu confiava.
Afinal, o que poderia acontecer?
Fui até o campo de futebol em passos largos, vendo Pedro e um pouco mais embaixo. Lua já havia colocado a gravação para tocar, e Pedro escutava tudo com uma expressão de choque. Ele provavelmente se arrependia e se crucificava por todas as coisas horríveis que dissera a Lua . E eu esperava que ela nunca se esquecesse daquelas palavras pesadas e injustas. 
Enquanto Pedro a julgava, apedrejava-a e a acusava cegamente, eu nunca duvidei de sua inocência. E mesmo se Lua realmente fosse culpada de tudo, creio que pouco me importaria. Pedro jamais aceitara tal idéia. Talvez nem eu mesmo aceitasse. Mas eu sabia que, inconscientemente, ela me teria a qualquer hora que quisesse, e isso me assustava.

- Meu Deus... - Pedro exclamou ao terminar de escutar a voz – agora muito irritante – de Giovana. Eu queria socá-lo por ter sido tão idiota. Queria esmurrá-lo por tê-la magoado e caído tão facilmente na lábia de Caldwell. Ele era um idiota. E agora provavelmente se jogaria nos pés de Lua, e se ele realmente o fizesse, eu o mataria. - Oh meu Deus... - repetiu. 
Vi meu amigo começar a chorar e desarrumar os cabelos nervosamente, provavelmente se xingando por dentro.Lua se mantinha calma e firme, olhando para os pés. Eu queria estar com ela, segurando sua mão e lembrando-a que estava e sempre estive ali. 
De repente Pedro estava com os braços ao redor de Lua, abraçando-a e chorando em seu ombro.
- Me desculpa, me desculpa... - dizia entre soluços. - Pelo amor de Deus, me desculpa...
Nunca tive tanta vontade de estrangulá-lo. Ele se faria de vítima? Na hora de xingá-la para mim de todos os nomes possíveis e impossíveis depois que se foi, era fácil. Agora ele acha que simplesmente poderia abraçá-la, chorar que nem um bebê e tudo ficaria bem?
Pedro segurou o rosto de Lua entre as mãos e eu me segurei para não descer e acabar com todos os dentes de sua boca.
Solte ela, filho da puta...
- Eu nunca imaginei, eu... Eu estava cego de ódio, nunca deixei você se explicar... Como pude ser tão estúpido?
Lua não o encarava, e eu daria tudo para poder ler seus pensamentos.
Será que... Será que sua paixão por Pedro reacenderia? Será que ela sentiria misericórdia dele, o perdoaria e voltaria para ele?
No final das contas, estaria Giovana certa?Lua realmente me jogaria fora após ter o que queria?
Não. Não era possível. A própria me dissera. Ela não mentiria, não olhando nos meus olhos. Ela me amava. Eu sabia e ela sabia. Pedro a perdera e não podia fazer nada.
- Eu te perdôo... - a voz de Lua soou doce, e ela finalmente olhou para o garoto. Senti meu punho se fechar instintivamente, deixando uma raiva jamais sentida antes ferver meu sangue e borbulhar em meu cérebro. 
Solte ela...
Pedro tirou as mãos de Lua sutilmente de seu rosto, fazendo-me finalmente respirar. Meu coração palpitava e o ódio me consumia.
Lua entrelaçou suas mãos, e prendi minha respiração. Estava no limite. Sabia que meus dentes poderiam se quebrar a qualquer momento, tamanha era a força em que eu os rangia. 
Eu queria pigarrear, queria que eles notassem minha presença, e aquele assunto finalmente estaria acabado. Mas não conseguia mover um músculo. Todos estavam congelados, e por mais que eu mandasse impulsos para mexê-los, não obtinha resposta.
Pedro levou uma de suas mãos novamente ao rosto de Lua . Minha respiração acelerou. Por mais que eu inspirasse, o ar parecia não suprir meus pulmões. 
E então, o que eu mais temia. Pedro a beijou.
Um ódio enorme.
Uma ira imensurável.
Eu não conseguia pensar.
Minha cabeça girava.
Minha visão estava ficando embaçada.
Seria o álcool?
Seria a raiva nunca sentida antes que estava me inebriando?
Eu queria gritar.
Eu queria quebrar o pescoço de Pedro.
... Era tudo o que ela queria.
Eu finalmente havia realizado. Era isso que ela queria. Pedro.
Eu havia sido seu brinquedo, sua arma.
Enfim, Giovana tinha razão.

Saí dali. Não queria pensar em nada. Eu queria quebrar todos os enfeites da casa, esmurrar a primeira parede que visse. Queria que o mundo acabasse e levasse Lua para o inferno.

Mas antes, eu teria um coma alcoólico.

XOXO BIA BERNARDO,VCS ACHAM QUE A LUA IRÁ TRAIR ARTHUR DEPOIS DE TUDO?COMENTEM MUIIITTOOO.BJS.

Um comentário:

  1. Se antes a Lua já sabia que gostava do Arthur, pq ela não ficou com ele?? Ela perdeu a virgindade e o primeiro beijo com o Arthur 😍😍❤

    ResponderExcluir