Cap 2
Paradise Tonight
Pov. Arthur
Fazia realmente vários anos que não ia a Suede’s, me
trazia lembranças de uma época que fui tolo em acreditar que Lua voltaria nunca
a esqueci, como prometi a ela, porém coloquei todos os pequenos e curtos
momentos bons que tivemos em um baú, trancado a sete chaves dentro de mim.
Voltei neste lugar apenas por Mel, meus pais não falam mais com ela, apenas
roubam o dinheiro do genro, o qual me parece ser uma pessoa muito boa, mas não
o suficiente para minha irmã, ele conseguiu entrar em contato comigo e me
chamou para passar alguns dias com eles. Até que senti muita saudade desse
lugar, adoro esse cheiro de mar e madeira envelhecida, a cidade claramente
mudou, aumentou muito, olhei ao porto sem poder me conter, ela não estava lá.
Xxx: ARTHUR!- ouvi uma voz feminina me chamar, então eu
olhei para trás e vi Mel, estava tão bonita quanto à última vez que a vi, tinha
um corpo bem mais definido, mas o rosto continuava igual ao daquela garotinha
que vi a última vez.
Arthur: Melzinha- sorri e ela correu atirando-se em meus
braços, respirei o seu perfume francês e sorri aquela era minha irmã, sentia
muito sua falta.
Mel: Arthur, que saudades, você sumiu- ela se afastou um
pouco para me olhar.
Arthur: essa cidade me trás nostalgia de mais- ela
sorriu.
Mel: a mim também- olhou para o porto- sinto tanto a
falta deles, até de Lua- estremeci ao ouvir o nome dela, fazia tanto tempo que
não ouvia o nome dela.
Arthur: vamos para sua casa?- ela arqueou uma
sobrancelha- Chris é legal?
Mel: oh, muito, ele é um amor- sorriu de lado.
Arthur: o que foi minha pequena? Quase nunca ficava
assim- segurei seu queixo com a mão, fazendo-a olhar para mim.
Mel: Chay veio me visitar hoje, ele pediu para fugir com
ele de novo.
Arthur: porque não foi?- ela olhou para o chão.
Mel: sentia sua falta, precisava falar contigo e não
podia fazer isso com Chris.
Arthur: que tal tomar um café?- ela assentiu e andamos
para um café, nos sentamos e pegamos um chá qualquer, conversamos muito, sobre
várias coisas, ela me contou de coisas pessoais que nunca havia contado para
ninguém antes, coisas que aconteceram durante seu casamento. Contou sobre sua
viagem com Chay, contei a ela sobre minha vida também, minhas pequenas relações
amorosas, o fato de Lua ainda estar em meus sonhos, meu sucesso financeiro em
minha cidade e muito mais, quando fomos ver já estava começando a escurecer
então decidimos ir finalmente para sua casa.
Mel: CHRIS- gritou e eu ri levemente, sentia saudades do
jeito de Mel- MEU IRMÃO CHEGOU.
Chris: já estava ficando preocupado, Melanievocê demorou
muito- ele falou descendo as escadas e sorrindo vindo em nossa direção- muito
prazer, Arthur- sorri de volta e apertamos nossas mãos- está tudo bem?
Arthur: sim, o prazer é meu, agradeço muito por cuidar de
Mel.
Chris: ela é minha responsabilidade- sorriu olhando para
Mel que encarava a parede- querida, está tudo bem?- ela nos olhou e assentiu-
está quieta.
Mel: não é nada- sorriu amarelo, sabia o quando ela
odiava mentir- eu vou mostrar o quarto do Arthur- me puxou pela mão para o
segundo andar, a casa era bem bonita, me lembrava um palácio, por dentro era
quase tudo branco e creme, o quarto que ela me empurrou era em um tom de azul
bem claro com uma cama de solteiro branca, um armário pequeno e uma mesa de
madeira com sua respectiva cadeira.
Arthur: bonito quarto- sorri e ela assentiu.
Mel: decorei toda a casa quando vim para cá, os pais de
Chris morreram a quase 4 anos e ele decidiu dar uma mudada no lugar, era tudo
muito escuro tinha um cheiro de mofo e era bem... Assustador- ela suspirou
olhando em volta- fiz algo bem legal não?- assenti- ah Arthur, senti tanta
saudade de você- me apertou em seus braços.
Arthur: eu também Mel, mas vamos poder acalmar essa
saudade e agora você não vai se livrar tão cedo de mim- ela gargalhou- e eu vou
voltar, sempre e sempre.
Mel: é o que eu mais quero, bobo- sorriu- sabe Thur,
apesar de tudo não tenho o menor arrependimento pelo o que eu fiz, mas se
pudesse voltar no tempo fugiria com Chay da mesma maneira- ela se sentou na
cama e eu a acompanhei.
Arthur: eu já não tenho toda essa certeza- ela me olhou
curiosa- sabe Mel, eu e a Lua... Antes dela ir embora- ela riu e eu corei de
leve.
Mel: entendi- ela deitou a cabeça em meu colo.
Arthur: eu, não sei exatamente o que eu sinto por ela. O
que você sente pelo Chay? –ela deu de ombros.
Mel: eu sou completamente apaixonada pelo Chay- ela
sorriu fraco.
Arthur: e como é se sentir apaixonada?- ela fez uma
careta.
Mel: sei lá, eu me sinto feliz, bem, quando estou perto
dele, sinto vontade de abraça-lo, de beija-lo, de fugir com ele, quando
estávamos juntos ele sempre me falava que queria me proteger de tudo e de
todos.
Arthur: oh- sorri- acho que sou apaixonado por ela.
Mel: sinto realmente muito falta deles- ela se sentou-
alias, Sophia também sumiu não?- assenti- podíamos visitar ela que tal?
Arthur: amanhã?- ela assentiu de forma frenética- tudo
por você- ela sorriu e me deu um beijo na bochecha.
Mel: se arrume, vamos sair e dar uma volta, quem sabe jantar
fora- ela saiu e fechou a porta, respirei fundo e senti novamente aquele cheiro
de mar e madeira envelhecida, nunca me cansaria disso, assim como nunca me
cansaria do perfume de Lua, me lembrava de tudo nela, como era linda, sue
cheiro, sem sorriso, sua simplicidade, o fato de ser a mulher mais teimosa que
já conheci.
Me levantei e caminhei até a janela, estava de noite
então conseguia ver as estrelas e a lua cheia, isso me lembra muito à noite que
passei com Lua, o de Mel era maravilhoso, cheio de verde, um pequeno lago com
uma ponte e via carpas nadando, me apoiei na janela e fechei os olhos.
Aquela era minha cidade, onde eu nasci e cresci, onde
conheci o amor de minha vida e o perdi. Abri os olhos olhando tudo aquilo,
agora estava bem grande, com alguns carros, bicicletas e vários barcos e navios
mais modernos, crianças brincando e sendo chamadas por suas mães, adolescentes
caminhando com os amigos, velhinhos sentados na enorme praça e adultos fazendo
coisas de adultos.
Ri de leve, me lembro muito bem que essa cidade era tudo
para mim, um único universo, uma única possibilidade, agora, que diria, eu vi o
mundo, viajei para lugares, me mudei de cidade e mudei a mim mesmo, agora ao
contrario do garoto inconsequente que seguia as regras cegamente, sou um homem,
que sabe muito bem minhas responsabilidades e que procuro ser o menos alienado
possível, não quero voltar a ser aquele garoto e devo muito a Lua por isso.
Sai da janela e fui até minha mala e peguei uma camisa
branca, a coloquei e arrumei para dentro da calça, coloquei um terno preto e
coloquei minha carteira no bolso do terno, passei meu perfume e me olhei no
espelho do banheiro, estava pronto para encarar meu passado, sai do quarto e
desci até a sala, me sentei no sofá e logo vi um ser felpudo correndo em minha
direção, o cachorro de Mel pulou em meu colo e eu sorri Mel sempre adorou
animais, mas nosso pais nunca deixaram ela ter um cachorro ou um gato.
Mel: conheceu já o Ted- ela se sentou ao meu lado, estava
linda, com um vestido longo verde claro e um chapéu branco que cobria boa parte
de seu rosto.
Arthur: porque está assim?- ela deu de ombros.
POSTA MAISSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS
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