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quarta-feira, 6 de novembro de 2013

The Divide

Capitulo 12 parte 2




E como esperado, realmente foram dias de viajem, com paradas para abastecimento, comida e necessidades fisiológicas. O pior da viajem era o tédio, porque o motorista não abria a boca para nada, e eu cheguei a cogitar a hipótese de ele ser mudo. 
Ao menos eu tinha a oportunidade de olhar o mundo, e conhecer um país que eu ainda não conhecia.
  Era tudo muito bonito, cada cidade em que passávamos, eu ficava cada vez mais deslumbrada com o lugar, me dando momentos de paz e liberdade, coisa que eu não tinha desde que meu pai se fora. Eu podia sentir a mudança dentro de mim, era como se eu tivesse nascido de novo. Eu tinha consciência que seria sempre a esposa de Arthur Aguiar, mas só o fato de não ter que viver na mesma casa que ele, e não ter que vê-lo todos os dias, já era um ótima coisa!
Quando chegamos em Princeton, já era fim de tarde, e a estrutura da universidade era surreal. Nada parecido com a escolinha fundo de quintal em que eu concluíra o ensino médio. 
O lugar era majestoso, com construções magníficas e um espaço amplo, como se fosse um palácio de aprendizes. 
O motorista foi embora, e eu peguei minhas malas, procurando me informar onde ficava a secretaria do lugar. 
A universidade estava lotada, com jovens de todo o tipo, andando para todos os lados, e eu me senti em um daqueles filmes americanos, onde a novata esquisita entra no meio do semestre, sendo rejeitada por todos. Mas não foi assim, eles não me olhavam estranho ou coisa parecida....eles nem me olhavam, era como se eu fizesse parte deles, sabe... como se fosse normal uma pessoa chegar na universidade cheia de malas.
Eu pedi informação a um homem que varria o chão, e logo me situei, encontrando finalmente a secretaria:
Lua: Com licença.
XxXx: Pois não?
Atrás de uma grande mesa, tinha um homem alto, extremamente branco e careca, mas de expressão suave, que logo me olhou por cima dos óculos. Na sua mesa, tinha uma tarja que o identificava como: Reitor Higges. 

Lua: Meu nome é Lua, e eu acho que vou estudar aqui. 
Ele fez uma cara de deboche, duvidando do que acabara de ouvir.
Reitor: Você acha? Trouxe sua Carta ?
Lua: Carta? 
Reitor: Sim, jovem. Um papel branco, que comprova que está matriculada nessa instituição. Você tem certeza que se matriculou aqui? 
Lua: Sim, senhor. Mas eu não recebi nenhuma carta.
Ele me olhou confuso e parecia aborrecido. Levantou-se, e abriu uma enorme gaveta e um armário. Pegou algumas pastas e logo retornou a sentar-se.

Reitor: Vamos testar a veracidade dessa sua... – ele me olhou. – historia. Qual é o seu nome, jovem?
Lua:Lua Maria Blanco.
Imediatamente ele abriu as pastas a procura do meu nome, mas logo eu me lembrei de um fato: 
Lua: Desculpe, senhor. Lua Aguiar. – eu já ficava nervosa- Meu nome é Lua Blanco Aguiar.
Ele me olhou mais irritado ainda:
Reitor: A senhorita tem certeza disso? – perguntou irônico.
Lua: Sim, senhor!
Ele voltou a olhar as pastas, olhando atentamente cada folha, procurando meu nome, que eu desejava loucamente que realmente estivesse ali, porque só a idéia de voltar para a casa do Aguiar me perturbava.
Reitor: Lua Aguiar? – ele perguntou novamente, já corrigindo sua postura e me olhando com cara de fome. – Tenho muito orgulho em recebê-la em nossas instalações, senhora Aguiar.

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