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terça-feira, 5 de novembro de 2013

Three Cheers For Sweet Revenge

Cap 18 A Face TCall Home


- Com estes documentos, está provado que as Empresas Aguiar têm pagado seus impostos de maneira corrente e correta, e que seus donos podem, inclusive, processá-los de calúnia! – falei com ferocidade aos quatro empresários que se sentavam opostos a mim, diante àquela enorme mesa de madeira ornamentada. Thur Aguiar estava sentado ao meu lado, com um sorriso vitorioso no rosto. Aquela causa estava ganha, como eu sabia que estaria; depois de cinco minutos de discussão, o caso estava acabado. Além de não ter que pagar os 150 milhões que vinha sendo acusado de extorsão, como também recebeu 55 milhões por danos morais. Quando saímos da sala de reuniões, Thur estava – além de completamente extasiado – perplexo comigo. 
- Eu não deveria estar surpreso! – ele dizia em meio a risos, enquanto abria a porta de seu carro para mim. 
- O que quer dizer com isso? – perguntei curiosa, observando-o sentar-se ao meu lado. Havíamos combinado de ir a uma das boates mais famosas de Berlim caso ganhássemos o caso, e mesmo se não ganhássemos, sei que no final era lá que nossa noite acabaria. 
- Quero dizer que você sempre conseguia o que queria. Esta usando muito bem seus poderes no seu novo trabalho, Blanco. 
Por alguma razão, aquilo fez com que eu me irritasse ligeiramente. Eu não sabia se Thur estava me elogiando ou de fato me agredindo pelos meus feitos passados. Resolvi respirar fundo antes que eu estragasse o que fosse que estava acontecendo entre nós. Afinal, já era uma grande coincidência que nos reencontrássemos depois de tantos anos naquelas circunstancias, eu não queria trazer o passado de volta à tona. Mas uma hora ou outra, o que estava entalado em minha garganta se soltaria sem minha permissão. 
- Thur... Você ainda tem raiva de mim? 
O garoto/homem – não importava o tanto de tempo que havia passado, eu ainda via Thur como um garoto – ficou sem fala no instante em que perguntei, sem saber se olhava para mim ou para a paisagem que passava rápida através do vidro do carro. 
- Não vou mentir pra você, Lu... Eu senti. Senti muita raiva, por mais tempo do que eu desejei. Não gosto de admitir, mais não posso mentir para mim mesmo, muito menos pra você. Natalie, minha primeira noiva... Eu a conhecia há só um mês. Não sei até hoje se ela aceitou meu pedido por puro interesse ou se gostava mesmo de mim, a verdade é que nunca me importei. A pedi em casamento e a levei até Londres porque sabia que isso chegaria aos seus ouvidos. Queria que você sofresse de algum modo, que soubesse que eu já tinha seguido em frente... Mas depois de um tempo, eu não sentia mais raiva. Não sentia mais saudade. Não sentia mais nada... 

Meus olhos arderam com as palavras de Thur, mesmo sabendo que aquilo era apenas um desabafo, sem a mínima intenção de me machucar. Mas a vontade de chorar me atingiu em cheio, e se o barulho estridente da boate não tivesse chamado minha atenção, eu teria me feito de boba na frente de Thur Aguiar. 
Seu motorista abriu minha porta, e segundos depois Thur estava ao meu lado. Entrelaçou seu braço no meu e fomos em direção à movimentada casa noturna localizada em uma antiga fábrica agora abandonada. 
Não sabia se aquele local estava à altura do padrão de Aguiar, afinal, ele agora era um bilionário sem precedentes. Para falar a verdade, nem ao meu padrão aquele lugar pertencia, uma vez que nunca havia frequentado as grandes e famosas boates de Berlim antes. Eu era mais uma choperia calma onde eu podia beber uma cerveja tranquila, mas eu queria mostrar tudo o que Berlim tinha a oferecer de verdade, queria que ele tivesse uma verdadeira experiência alemã, então alguns colegas de trabalho sugeriram aquela boate. 
As musicas modernas soavam mais altas ainda dentro do local, de onde surgiam luzes dos mais inimagináveis lugares, e havia garotas que faziam acrobacias penduradas por alguns grossos pedaços de tecido. Tratamos de achar o bar, e Thur logo pediu um 
Appletine para mim, provavelmente relembrando nossos tempos de adolescentes quando aquela era minha bebida favorita. 
Depois de virar quase que imediatamente a bebida, pedi ao bartender duas doses de tequila e ofereci uma ao Thur, que ainda tomava o primeiro gole de sua cerveja. 
- Ah, então você quer brincar? – ele perguntou com um sorriso, pegando o pequeno copo de dose e bebendo todo seu liquido rapidamente, sem nem ao menos usar o sal ou o limão. Repeti seu ato em seguida, enquanto Thur já pedia nossa segunda rodada. Depois de quatro doses – com Thur fazendo questão de balançar minha cabeça, como se eu já não estivesse 
tonta o suficiente – criei coragem de pegar em sua mão e levá-lo para a enorme pista de dança. Formiguei inteira no momento em que entrei em contato direto com Thur pela primeira vez naqueles anos. E era como se fosse pela primeira vez. Senti aquele já conhecido formigamento na boca do estômago e a confusão de pensamentos – agora mais confusos ainda pela bebida. Talvez fosse pelo fluxo de pessoas ou talvez por outra coisa, Thur apertou minha mão firmemente, e então paramos em um lugar um pouco vazio para que pudéssemos dançar a vontade. Sorri sorrateiramente, ainda sem saber se devia ou não envolver sua nuca com meus braços. 
Thur então tomou a decisão por mim e ele mesmo pegou minhas mãos e as colocou em volta de seu pescoço, e senti que minhas pernas cederiam no instante em que as suas se colocaram no entorno de minha cintura. 
O ritmo da música era acelerado, mas dançávamos no nosso próprio ritmo, se é que aquilo que fazíamos podia ser considerado como uma dança. Thur sorria da mesma forma singela que eu, e seus olhos me deixavam mais zonza a cada segundo que passava. Me atrevi a então aproximar nossos corpos um pouco mais, faltando milímetros para que eles finalmente se chocassem. Não impedi que meus dedos fossem de encontro com seus cabelos, fazendo uma caricia quase imperceptível ali, vendo seus pelos se arrepiarem e Thur fechar seus olhos com veemência. Suas mãos então se apertaram com mais firmeza em minha cintura, trazendo-me para mais perto de si e acabando com o possível espaço que ainda poderia existir entre nós. 
Ter o corpo de Thur colado no meu daquela maneira foi inacreditável. Eles se moviam de maneira sincronizada, enquanto nosso olhar continuava fixo um no outro e nossas bocas estavam a pouca distancia. Eu podia sentir seu hálito bater em meus lábios e não hesitei em puxar seus cabelos quando suas mãos invadiram minha camiseta com sutileza. 
Com um movimento rápido e esperto, Thur me virou de costas, envolvendo minha cintura com um braço e levando um dos meus no entorno de seu pescoço. Passei a mover meus quadris de forma incrivelmente provocativa, sabendo o exato efeito que aquilo causaria nele. Em resposta, os lábios de Thur foram de encontro ao meu pescoço descoberto. A princípio apenas os roçou em minha pele desnuda, fazendo com que cada pelo do meu corpo se eriçasse. Percorreu com a língua o caminho do meu ombro até o lóbulo da minha orelha, enquanto eu me encolhia em seus braços e remexia meu corpo com mais vontade contra o seu. Envolvi suas mãos com meus dedos enquanto seus lábios agora exploravam meu pescoço sem pudor algum. 
Eu nem mais sabia o que eu sentia. Não conseguia mais me lembrar de nada, nem de quem eu era, nem de onde eu estava. Tudo o que sabia era que estava com Thur Aguiar, e aquilo parecia um sonho de quase tão inacreditável que era. Peguei-me pensando se aquilo não era
 destino. Isso existia de verdade, afinal? 
Vire-me novamente de modo que nossos lábios ficassem a milímetros de distancia novamente. 
- Sei que acabamos de chegar, mas... Já podemos ir embora? – Thur sussurrou em meu ouvido, e se não fosse por suas mãos firmes ao redor de minha cintura, eu já teria desabado. 
O agarrei pela mão e enfrentei aquele mar de gente até a saída da boate. Chamei o primeiro taxi que passou pela rua e entramos nele com urgência. Dei graças a Deus que o hotel em que Thur estava hospedado – o seu próprio hotel – era próximo dali. Em menos de cinco minutos, que passei com a incrível vontade de agarrá-lo por ali mesmo, já estávamos adentrando o hotel com pressa e entrando no elevador que subiria para a cobertura. 
De repente, ainda dentro daquele cubículo, senti o corpo de Thur se pressionar contra o meu e com a maior surpresa do mundo, sua língua invadiu minha boca. Eu poderia ter despencado ali mesmo. Ter a boca de Thur junto à minha era algo que jamais pensaria em ter novamente, e eu havia quase me esquecido do quão bom aquilo realmente era. O melhor beijo da minha vida. 
Seu corpo se pressionava com mais força contra o meu, e eu nem ao menos me importava por estar em um elevador – já tratava de desabotoar sua camisa social. Quando me deparei com aquele peito mais definido como nunca, com aquelas tatuagens que foram esquecidas no fundo da minha mente, minha primeira reação foi levar minha boca de encontro com seu tórax. Eu o beijava com uma vontade sufocante, enquanto escutava alguns gemidos roucos saírem de sua garganta como uma súplica. Levei as mãos até o cinto de sua calça social e tratei de desafivelá-lo com rapidez, vendo a porta do elevador se abrir e Thur levantar meu corpo, de modo que eu entrelaçasse minhas pernas em sua cintura. Ele procurou pela minha boca com urgência, e eu já não tinha a mínima piedade em puxar seus cabelos, assim como Thur não tinha dó de apertar minhas coxas com força. Eu então já estava deitada em um sofá, vendo Aguiar arrancar minha camisa sem pudor, encarando meu corpo com um desejo fulminante. 
Eu desejava Thur como nunca havia desejado antes, talvez isso devesse ao fato de que eu o desejei por tempo demais. Quantas vezes eu havia imaginado aquele momento? Quantas vezes havia mordido os lábios com força para não gritar seu nome enquanto outro me dava prazer? 
Seus olhos finalmente fuzilaram os meus. Eles ardiam, quase ateavam fogo em mim. Sua respiração saía falha de seus lábios, e eu não estava diferente; meu colo agora nu subia e descia freneticamente. 
Thur então colou nossos lábios com força e tratou de tirar o resto de roupa que nos separava. Eu só queria Thur novamente, de todas as maneiras possíveis; queria senti-lo como da ultima vez, queria ter todas aquelas sensações enlouquecedoras que somente ele podia me proporcionar. Não tardou e nossos corpos eram só um. Em movimentos sincronizados, eu sabia o que tinha perdido em todos aqueles anos. Sabia o que tinha jogado no lixo com as minhas bobagens adolescentes. Sabia que ali era o meu lugar, com Thur em meus braços. Com sua respiração ofegante em meu pescoço. Com suas mãos percorrendo cada centímetro de pele minha. Com meus lábios a beijá-lo, e com meu nome escapando de sua boca perfeita como a mais bela das canções. Em poucos minutos eu já estava entregue ao mais puro e indescritível prazer, gritando seu nome para que todo o mundo ouvisse, enquanto o corpo de Thur se revirava contra o meu. 
Ele então me envolveu em seus braços com força, como se me impedisse de ir a algum lugar, sem saber que eu jamais iria a lugar algum. 
- Foi só agora que percebi a falta que você me faz, Lu... – ele sussurrou contra meu ouvido, com aquela voz rouca, cansada e incrivelmente sexy. Senti minhas pálpebras pesarem e músculos que eu nem sabia que existiam doíam. Entrelacei nossas mãos e me encaixei em seu corpo o máximo que aquele sofá permitia. 
O cansaço me atingiu em cheio, mas tentei lutar contra ele com todas as forças ainda restantes em mim. Eu não queria cair no sono. Não queria dormir e perceber que todos aqueles dias não se passavam de um sonho maldoso. Mas principalmente, não queria acordar e ver que Thur não estaria do meu lado, como a ultima vez que dormimos juntos. Daquela vez, eu não aguentaria. 
Apertei ainda mais os braços de Thur contra mim, e suas palavras seguintes me fez perceber que ele sabia exatamente o que se passava em minha cabeça. 
- Eu não vou a lugar algum. 

XOXO BIA BERNARDO


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