Capítulo
7 p.2- Recepção.
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- ALELUIA! - exclamou Emily ao me ver, logo arregalando os olhos por dois motivos: a minha roupa e a minha companhia. - Jesus Cristinho - ela murmurou perto do meu ouvido, entrelaçando seu braço no meu e me puxando para a sala de impressão. Arthur havia ficado para trás quando seu celular tocou; mandei-lhe uma piscada de olho e ele sorriu, mordendo o lábio inferior, enquando parecia não se importar nem um pouco com a outra voz do outro lado do telefone celular. Fui forçada a tirar meus olhos dele quando precisei medir meus passos ou acabaria tomando uma queda daquelas.
Imperceptível à minha mente que ainda tinha imagens do sorriso do meu chefe favorito, meu mais novo arquiinimigo materializou-se à minha frente, com uma cara enfezada. Assim que os olhos de Chay desceram minha roupa - às minhas pernas descobertas -, seu rosto pareceu iluminar-se num sorriso discreto e perverso. Logo aqueles olhos subiram aos meus, completamente sedutores e armados; quando ele comprou aqueles olhos, no rótulo com certeza tinha alguma coisa do tipo: "Olhos assassinos. Exterminam até a sanidade feminina." ou uma marca do Snoop Dog "Sensual seduction"; POR QUE ME OLHAR DESSE JEITO?
Graças a Emily que havia jogado a revista em meus braços despreparados, voltei à órbita, folheando cada página, tentando - com todas as minhas forças restantes - prestar atenção no que lia.
- Bom dia, Blanco. - Ouvi a voz de Chay ecoar. As máquinas de impressão já estavam ligadas e faziam um som importúno a quaisquer tipo de conversas.
- Dia, Suede. - respondi - Vou dar uma olhada nisso num lugar mais silencioso. - Disse, dando as costas. Obviamente no mundo da lua, percebi que tantoChay como Emily me seguiam e eu andava meio sem rumo, apenas fugindo do barulho. Emily correu para o meu lado.
- Puta merda, você não recebeu a minha mensagem? - sussurrou, segurando meu braço e guiando meus passos.
- Recebi. - sussurrei de volta.
- E por que está aqui? - olhei confusa para ela. Seus olhos vinham fulminantes, preocupadíssimos.
- Não entendi.
- Chay está prestes a...
- Hey vocês duas, aqui no meu escritório. - disse Suede, abrindo a sua sala e entrando.
Voltamos em alguns passos, entrando lá também. Sentei-me num sofá que encontrei e cruzei as pernas, finalmente me concentrando no que fazia. Sentia os olhares de Chay fixados em mim - e o ignorava avidamente -, também ouvindo resmungos preocupados de Emily. Foco, foco....
- Bom dia, trabalhadores! - ouvi a voz de Thur e apenas sorri, em completo desespero, sem tirar meus olhos das páginas da Revista, conferindo rapidamente as imagens.
Poucos segundos e um peso surgiu no sofá de dois lugares; o peso beijou minha bochecha, sussurrou 'oi' no meu ouvido e eu não conseguia me segurar: precisava ver a cara de Chay.
Mesmo diante de um visual belíssimo, Suede estava pasmo. Boquiaberto, olhos levemente arregalados, as mãos segurando mais fortemente a ponta da mesa de vidro em que encostava seu corpo másculo - a mesa de vidro gêmea à da noite passada. Levei meu olhar rapidamente a Emily, que tentava segurar seu riso com a mão e virava-se de costas rapidamente, para não ser descoberta. Eu via as narinas de Chay inflarem como as de um dragão e seus lábios estavam crispados.
- Qual é o problema, Chay? - Thur apressou-se em perguntar.
Eu tentava inspirar o ar, mas tudo que sentia era o cheiro entorpecente do perfume de Thur e aroma hilariante que vinha da reação - não sei se esperada ou inesperada - do Suede. E agora, o que ele faria? Se tentasse colocar mais trabalho em mim, Thur impediria, como prometido. Se falasse alguma coisa sobre relações intra-pessoais dentro da empresa, eu faria questão de jogar na cara dele que ele namora com uma redatora Morena, conhecida como MelFronckowiak. Ele não tinha chances se não aceitar e ficar calado, quieto, NA DELE.
Não sabia que deixar Thur vir poderia se tornar uma idéia tão boa. Voltei meus olhos para a revista, esperando ouvir a voz de Chay responder, fingindo-me de desentendida.
- Lembrei de alguns problemas, depois discutimos isso. - disse Chay. O som das máquinas era o único ouvido por mim; o silêncio era claro e constrangedor naquela sala. Eu apenas levantei o olhar para trocar palavras inaudíveis com Emily, que solamente mexia a cabeça negativamente. Senti o braço de Thur envolver o sofá por cima da minha cabeça, e virei a última página, finalmente terminando.
- Pronto, tudo O.K. - disse, soltando o ar de vez.
Chay se aproximou e pegou a revista da minha mão, procurando não me olhar.
- Então, Lua, qual é a sua histórinha sobre o seu atraso de hoje? - perguntou. Vi Thur tomar ar para responder, então toquei a sua coxa de leve, chamando sua atenção e sussurrando um 'deixe comigo'.
- Eu estava dormindo, comendo, vivendo. Essas coisas que todo humano faz e você me impediu de fazer durante a semana. - Respondi com certa petulância, mas finalmente deixando que aquelas palavras se livrassem de sua prisão na minha garganta.
- Esse é um modo de dizer que você estava com o Aguiar? - ele perguntou, visivelmente furioso, mas com uma voz calma, cínica.
- Se você quiser interpretar dessa forma...
Vi Thur abaixar a cabeça ao meu lado, escondendo seu risinho debochado. Por que ele estava rindo mesmo? O momento é tenso, o ar está pesado, é tudo cáustico, catastrófico, enlouquecedor!
Do outro lado da sala, Emily finalmente parava de querer rir - ela realmente me entendia! - e tinha a expressão mais do que séria. Eu tentei ler seu olhar, mas ela virou seu olhar e pegou a revista da mão de Chay antes que ele começasse a amassar todo o nosso trabalho.
- Emily, pode começar a impressão. Vocês não precisam mais de mim e nem da Lu, não é? - Thur interrompeu o momento, levantando-se e estendendo sua mão para que eu levantasse. Segurei sua mão com certa cautela, tentando me equilibrar em pernas que tremiam.
Emily concordou com a cabeça e saiu em passos apressados, deixando-me sozinha com meus dois chefes. Chay folgou a gravata e ajeitou os cabelos - bagunçando-os -, fazendo uma pose avassaladoramente sexy. Exatamente do jeito que ele fazia na frente da minha sala, com aquele sorriso, aqueles olhos Castanhos escuros estonteantes, aquela boca bem delineada... O que eles estavam fazendo comigo?
De um lado, Thur abraçava minha cintura, exigindo os espamos pela sua presença sobrenaturalmente divina. Pelo outro lado, Chay parecia ler minha mente, sabendo exatamento o jeito em que eu me derretia por ele, não, muito pior, sabendo que eu me derretia por ele. Equilibrei-me apenas quando coloquei meu braço ao redor da cintura de Thur:
- Não, Thur. Meu trabalho aqui é só esse, já podemos ir. - respondi e comecei a andar em direção a porta, quando senti Thur para de se mexer. Chay prendeu seu braço, impedindo-nos de continuar nossa jornada para um bom fim de semana.
- Sentem-se vocês dois. Precisamos conversar. - disse Chay, fazendo-me arrepiar até a estrutura esquelética. Medo, dúvida, cheiro enebriante, força sobrenatural, homens divinos, chefes, relação, sexo, loucura, loucura, LOUCURA!
Creditos: Fanfics
Obession



Uau
ResponderExcluirMais mais pfvr muito mais
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