capitulo 28 e 29
Sexta-feira, dia 6 de Novembro, 16:12, meu quarto.
Arthur:
Eu não estava no meu estado normal. Não era minha
intenção beijá-la! Eu só queria me desculpar… Mas quando ela se virou
para ir embora, não me dando tempo para nada… Não sei o que deu em mim!
Eu simplesmente precisava impedi-la! E a única coisa que eu pensei em
fazer… Bom, foi o que eu fiz.
E o mais estranho fora que depois de todo o esforço
para se soltar, ela passou a curtir! Enganchou os dedos no passador de
cinto da minha calça jeans e relaxou os ombros, abrindo a boca para
minha língua passar.
E, meu Deus, que beijo foi aquele? Não sei dizer se
foi o momento, se foi a adrenalina ou se foi ela… Só sei que nunca
havia provado nada igual! Seus lábios eram doces, seu cheiro floral, sua
pele lisinha…
Então de repente ela foi embora, sem mais nem menos, me deixando ali com cara de idiota.
Fiquei um bom tempo parado no mesmo lugar, tentando
processar o que havia acontecido, e como havia me envolvido tanto
naquela história louca, mas depois desencanei. Acendi um cigarro e fui
para o estacionamento procurar meu carro. Encontrei-o e saí dali, sem
saber ao certo para onde ir. Não queria ir para casa, pois os guys a
estavam arrumando para o churrasco e eu não conseguiria pensar direito.
Também não queria ficar parado em algum lugar sem ter uma segunda
opinião.
De repente, lembrei-me do único lugar que poderia ir e receber conselhos de graça.
Olhei no relógio.
Teria que correr.
continua
Sexta-feira, dia 6 de Novembro, 16:13, meu quarto.
Lua:
Depois que dei um tempo no meu quarto, decidi
estudar um pouco para ver se esquecia de uma vez por todas todos aqueles
problemas. Troquei meu uniforme por um conjunto velho de moletom cinza e
prendi meu cabelo num rabo de cavalo alto. Peguei meus livros de
química e desci as escadas, indo até o escritório do meu pai. Passei
novamente por Clara, que agora tomava uma de suas cervejas sem álcool e
assistia Era do Gelo, rindo de gargalhar.
Entrei e joguei meus livros em cima da
escrivaninha, ligando o computador logo em seguida. Ouvi as mensagens na
secretária eletrônica e até elas me lembravam de Thur, pois os
estagiários da gravadora de Clara queriam permissão para colocar uma das
músicas do Phoenix nos créditos de um filme americano. Desliguei-a com
um tapa e abri meu caderno e logo em seguida o livro. Circulei os
exercícios que precisava fazer e abri o Meu Arquivo de musicas no
computador, colocando Rise Against para tocar.
Abaixei os olhos para o livro, lendo o exercício um. Li e reli umas 4 vezes, mas não conseguia entender o que estava escrito.
"Sim, desculpas, sabe quando você dá uma mancada, mas gosta muito da pessoa e quer que ela te perdoe?"
Chacoalhei a cabeça, tentando mais uma vez me concentrar.
"Sabe, você é exatamente como eu pensei que fosse.
Grossa, meio anti-social, só ouve coisas pesadas pra uma garota e sabe
muito bem cortar as pernas de alguém com as respostas."
Merda, merda, merda! Por que eu não conseguia parar de reviver aquela cena de mais cedo?
Deixei minha cabeça tombar em cima do livro,
murmurando um “autch” assim que bati minha testa nele. Ainda com a
cabeça baixa, pausei o Rise Against e suspirei.
Merda de química, merda de Rise Against, merda de Era do Gelo, merda de Arthur Aguiar!
Batidas na porta atrapalharam minhas maldições.
Mais aquela! Eu não podia nem xingar a vontade!?
- Lu, a porta! - Clara berrou da sala.
"Ah, jura?"
Mas ao invés disso, respondo com um “tô indo”,
porque não se brincava com uma mulher daquele tamanho. Principalmente
uma mulher daquele tamanho cuspindo hormônios.
Atravessei a sala me arrastando. Parecia um
fantasma, e quando me vi no espelho pude jurar que minhas olheiras
estavam roxas e inchadas.
Cheguei ao hall e fiquei com preguiça de olhar pelo
olho mágico da porta, abrindo-a com tudo, assustando Thur, que estava
do lado de fora com as mãos no bolso e os olhos tímidos.
Ai, Jesus Cristo, o que ele estava fazendo ali?
E porque tinha que ser tão gato?
Uhuuu
ResponderExcluirMuito bom
Próximo por favor
ResponderExcluir