CAPÍTULO 10 Parte 5- RESGATE
Entramos no jatinho e era Micael quem iria
pilotar.
- Descansem um pouco. Quase uma hora até chegarmos
lá.
- É tão perto assim?
- Não é tão perto, mas...
Ele e Micael se entreolharam e riram.
- Descansem.
Fechei meus olhos e ate consegui cochilar um pouco. Só
fiquei totalmente desperta quando a voz de Micael se fez ouvir.
- Bem vindas ao paraíso, garotas.
Olhei pela janela e vi a ilha que se estendia abaixo de
nós. Soph estava tão boquiaberta quanto eu. Realmente aquilo parecia ser o
paraíso.
Lua POV
Eu deixava água correr pelo meu corpo. Meus olhos
fechados, meus músculos totalmente relaxados pela mão suave de Arthur que
deslizava em mim. Eu estava de costas pra ele, seus braços me envolvendo. Viemos
juntos para o banho assim que conseguimos sair da cama. Mais uma vez Arthur me
amou com loucura, mas com muito carinho.
- Vamos sair, Arthur. Eles devem estar chegando, não
é?
- Sim. Deu tudo certo. Logo estarão aqui.
- Então vamos.
- Está tão bom aqui.
Realmente estava. Estávamos há vários minutos assim,
sem ao menos falar, só sentindo. Arthur me envolveu na toalha e saímos do
banheiro. Vesti um vestido leve, enquanto Arthur ia até seu quarto se vestir.
Voltou vestindo uma calça jeans escura e uma camisa azul. Ele entrou no quarto
no exato momento em que ouvimos o barulho do jatinho se aproximando. Ele sorriu
e me puxou pela mão. Ficamos na varanda, esperando até que fizessem o pouso, um
pouco mais distante da casa. Arthur segurou minha mão e me beijou.
- Agora tem suas amigas de volta.
- Obrigada por isso. Principalmente pela Soph. Você nem
a conhecia.
- Eu devia isso a você e a Carla.
Minutos depois Carla apareceu ao lado de Bernardo. Ela
correu e pulou nos braços de Arthur.
- Nem acredito que estou com você, Arthur.
- Seja bem vinda, bruxinha. Muito feliz por ter você
aqui.
Ele deu um beijo demorado em seu rosto e só então ela
se virou pra mim.
- Lua... Que saudades...
Apertou-me em seu abraço e nós começamos a chorar.
- Senti tanto a sua falta, Carla.
- Eu também.
- Me perdoe, Carla. Eu não fazia idéia do que meu
avô...
- Esquece isso, Lua. Estamos livres agora,
cunhadinha.
Eu olhei para Arthur e ele sorria. Soph já se
aproximava acompanhada por Micael. Carla se adiantou.
- Essa é a Soph, Arthur.
Ele sorriu para ela. Mas Soph o pegou de surpresa ao
abraçá-lo forte. Só então a máscara de força dela se rompeu e ela
chorava.
- Obrigada, Arthur. Eu não sei quanto tempo mais eu
poderia suportar aquilo.
- Tudo bem, Soph. Estão seguras aqui. Eu garanto.
Não vou fingir que não senti ciúmes daquela cena. Mas
merda... Arthur me amava.
- Lua...
- Oi, Soph...
Ficamos abraçadas até que ela parou de chorar.
- Obrigada. Por entender e dar seu apoio.
- Vocês são como irmãs pra mim, Soph. Sabe disso.
Arthur conversava com Bernardo.
- Sem rastros, Bernardo?
- Tudo tranquilo, Arthur. Sem chance de descobri-las
aqui.
Eu percebi, talvez tivesse enganada, mas Micael e Soph
se olhavam constantemente. Entramos para a sala. Arthur se sentou ao chão e
puxou Carla para ele. Depois fez um gesto me chamando.
- Está mais tranquila agora, Carla?
- Sim. Fiquei meio com medo de Félix não cair na nossa
armadilha.
- Ninguém jamais olharia duas vezes pra vocês metidas
naquelas roupas.
Micael ria com gosto.
- Que roupas?
- Soph subornou as garotas da limpeza. Trocamos de
roupa no jatinho. Não iríamos chegar aqui daquele jeito.
- Estavam lindas, Arthur. Dessa vez os três riram
delas.
- Querem subir um pouco? Tomar um banho?
- Eu acho que quero sim, Lua.
Edward empurrou Carla.
- Vá com elas, Carla. Eu e Lua já preparamos o quarto
de vocês.
Arthur continuou me segurando pela cintura. Só quando
me virei e o beijei ele me soltou. Mas ao invés disso fomos para o meu quarto.
Soph estava quase saltitando de curiosidade.
- Então, Lua?
- Então, o que Soph?
- Você e o bonitão... Gente que família é essa? Homens
lindos...
- Não se esqueça que Arthur é da minha família,
Soph.
- Mesmo assim. Não deixa de ser lindo. E ai, Lua? Ele
realmente é o que parece?
- O que ele parece?
- Parece um Deus do Sexo.
Senti meu rosto vermelho. Por alguma razão não gostei
do comentário. Mas respondi.
-É... Me fez coisas... Que nunca imaginei.
- Ah, meu Deus... Conta tudo.
E contei. Soph cada vez mais boquiaberta.
- Mentira que ele fez isso. Meu Deus... É meu sonho. Um
homem me algemar. Já imaginou o Micael fazendo isso? Forte do jeito que
é?
Arthur POV
Bernardo e Micael se foram. Eu sentia que os dois
ficaram balançados pelas garotas, mas nem toquei no assunto. Ainda teriam que
trabalhar então não esperaram o almoço. Enquanto as três mulheres fofocavam no
quarto eu preparei o almoço. E minutos depois eu subi para chamá-las. Bati à
porta e Lua pediu que entrasse.
- Não estão com fome?
- Um pouco.
- Venham. O almoço está pronto. -
- Você cozinha, Arthur?
- Às vezes eu e Lua revezamos. Mas eu gosto de cozinhar
pra ela.
Sophia só lançou um olhar pra Lua e não disse nada.
Peguei Lua pela mão e descemos. Elas matraqueavam o tempo todo. Realmente era
como Lua me disse. Elas se davam bem.
- Lua, acho que já conhece tudo por aqui. Fique a
vontade para mostrar tudo a elas.
- Você vai fazer o que agora, Arthur?
- Vou deitar ali na sala e dormir.
- O que fez a noite, meu irmão? Essa é a hora de dormir.
- É quase impossível dormir com Lua ao meu lado, Carla.
Ela ficou vermelha e resolvi abusar.
- Ela ronca demais.
Eu já estava na porta quando Lua fez menção de me
atirar algo.
- Se fizer isso terá castigo.
Os olhos dela brilharam.
- Que tipo de castigo?
- Do tipo que não posso dizer na frente de damas.
Ela continuou me encarando com aquele olhar guloso que
conhecia muito bem. Eu realmente estava cansado. Assim que me deitei no tapete
da sala eu apaguei. Quando acordei, percebi pela janela que a noite caia. Lua
estava ao meu lado. Sophia e Carla no sofá assistindo a um filme.
- Caramba, Arthur... Não pensei que estivesse tão
cansado.
- Nem eu, Lua.
- O que fizeram a tarde toda?
- Andamos pela ilha.
- É muito linda, Arthur.
- Terá muito tempo para curtir, Carla.
- O que iremos fazer daqui pra frente?
- Amanhã falaremos sobre isso.
- Arthur... Posso falar com você? É...
Particular.
O que Sophia queria comigo afinal? A cara de Lua era de
quem comeu e não gostou.
- Tudo bem, Sophia. Só vou lavar meu rosto. Encontro
você na biblioteca. Eu nem fazia idéia do que Sophia queria comigo. E Lua
também não. Senão não estaria com uma cara tão brava. Uma hora depois que
entrei na biblioteca com Sophia, nós saímos. Lua e Carla já tinham subido. Lua
já estava na cama.
- Está se sentindo bem?
- Sim. Só um pouco de dor de cabeça.
- Daqui a dois dias meu pai vira pra vê-la.
- Não é preciso.
- É preciso sim, Lua. Carla já se deitou?
- Sim. Vocês demoraram e ela estava cansada.
Creditos: Elly
Martins



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