Capítulo X Últimos Capítulos – A verdade
"Eu quero te ver. - L."
"Eu também. Já estou com saudades. - A."
"Me encontra no shopping? - L "
"Agora? - A"
"Sim.- L"
"Eu dou um jeito.- A"
Corri até o telefone.
- Sophia?
- O que é? - ela estava com voz de sono.
- Vamos no shopping, agora.
- São 10h Lu, por Deus.
- Anda! Estou passando aí. É urgente, por favor.
- Ok.
Me troquei rápido, peguei minha bolsa e fui voando até a porta.
- Aonde vai? - meu pai me parou na hora.
- No shopping com a Sophia. - eu sabia que ele desconfiaria por isso a chamei. Tinha certeza que ele ligaria para a mãe da Sophia, para saber se era verdade.
- Quer que eu leve vocês? - não, ele não ligaria, iria querer conferir.
- Tanto faz. - dei de ombros, mas óbvio que aceitei. Uma caroninha sempre ajuda né.
~*~
- Quando terminarem de andar por aí me liguem que eu venho buscar vocês. - meu pai disse, quando já estávamos fora do carro.
- Ta. - o ignorei e puxei Sophia o mais rápido possível para dentro do shopping.
Ela riu e me olhou.
- Tem a ver com algum menino não? - ela sorriu curiosa.
- Arthur . - falei afobada, tentando procurá-lo.
- Arthur ? - ela praticamente gritou.
- Cala a boca! - dei um tapa na cabeça dela.
- Ai!
- Desculpa. - a abracei. - É, o Arthur. - a soltei e ela continuou me olhando.
- Sabia que tinha algo entre vocês! - ela sorriu orgulhosa.
- Ai So. - eu ri. - Eu preciso falar com ele, e meu pai não queria me deixá-lo vê-lo então... - fui atrapalhada pelo meu celular.
"Estou na livraria, na sessão de espiritismo HAHAHAHAHA - A."
- Idiota. - eu sorri boba.
- É ele? - eu apenas assenti com a cabeça. - Corre amiga, vai atrás dele.
~*~
- Espiritismo, Arthur ? - dei um tapa em seu braço quando o encontrei e logo depois o abracei. - Senti sua falta.
- Bipolar. - ele riu. - Eu também senti a sua. E é que nunca tem ninguém aqui, então achei melhor pra gente conversar. Mas acho que precisaremos ir na sessão infantil, onde tem aquelas cadeirinhas, porque o que tenho que te falar é sério. - ele suspirou.
- Vamos até a praça de alimentação lá de cima, tem menos movimento, ainda mais nesse horário. - ele apenas concordou.
~*~
- Para de mistérios e me conte o que está acontecendo. - falei assim que nos sentamos em uma das mesas mais afastadas na praça de alimentação do segundo andar.
- Lua, se acalma. - ele tinha um olhar triste.
- Tudo bem.
Nos olhamos por alguns instantes e ele pegou em minha mão.
- Há 25 anos nossos pais se conheceram, eram amigos.
- Eram amigos?
- Não interrompa, por favor. - ele pediu, gentil.
- Desculpe.
- Enfim... cinco anos depois, meus pais se conheceram e começaram a namorar. Eles namoraram por dois anos. - ele suspirou. - Quase três, na verdade. - eu escutava-o, atenta. - Nossos pais eram melhores amigos. - ele fez uma breve pausa mas continuou. - Houve uma festa, meu pai bebeu demais, então ele pediu para que seu pai levasse minha mãe para casa, pois não queria pô-la em risco. E ela também estava grávida. - ele engoliu seco e eu pensei um pouco, me lembrando de que Arthur nunca havia citado sua mãe em coisa alguma. - Sua mãe também estava grávida de você na época, e ela não foi na festa. - e então tudo fez sentido.
- A mulher que morreu... - senti minha respiração travar - a mulher que...
- Lu, Lua! - ele me chacoalhou um pouco, tentando ter minha atenção novamente, mas não havia como. Eu já sabia do final.
- Minha mãe uma vez me contou que um pouco antes de eu nascer, meu pai sofreu um acidente de carro, e uma amiga deles faleceu. - eu falei tudo muito rápido, sem saber se ele havia entendido. - Era... era sua mãe?
- Sim. - ele respondeu calmo, puxando a cadeira pro meu lado, segurando minhas mãos. - Você está comigo? - eu concordei. - Então... desde aquele dia, nossos pais nunca mais foram os mesmos. Meu pai culpou o seu pelo acidente e o culpa até hoje. Ele passou esses 17 anos amargurado.
- E... como você está aqui hoje?
- Conseguiram me salvar, eu nasci prematuro, mas sobrevivi. - ele tocou em minha face, acariciando aos poucos.
- Eu não acredito que... meu pai... - eu falava pausadamente, mas ele me interrompeu.
- Ei, ei, ei. Seu pai não teve culpa de nada. Um motorista bêbado de um caminhão que bateu neles, ele não pôde fazer nada. - ele segurava meu rosto.
- E você sabia de tudo isso? - ele assentiu. - Porque não me contou?
- Quando meu pai bebia, sempre falava de você. Desejava o seu mal, por achar que seu pai havia matado minha mãe. Eu fiquei curioso. Até que um dia, por obra do destino, começamos a estudar juntos. Eu nunca quis te fazer nenhum mal, que fique claro. - o olhei compreensiva. - Eu quis te conhecer. Era pra termos convivido juntos desde pequenos mas por causa do acidente... e eu queria te conhecer, saber como você era.
Eu não disse nada. Senti as lágrimas escorrerem pelo meu rosto e logo seus dedos sobre elas, tentando contê-las, enquanto seus braços envolviam meu corpo em um abraço.
Autora: sabrina



Posta mais amo esa web
ResponderExcluirAss: Patrine
Mt Lindo
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By;Brunah
Muitooo lindoo
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