Capítulo
9 p.1 - Amortecedores.
- Aqui tá bom? - perguntou Thur enquanto estacionava o carro em um
lugar mais discreto. Olhei para os lados, analisando. Estávamos a poucos metros
da praia, mas entre palmeiras mais densas.
- Aqui está perfeito. - eu disse, sorrindo maliciosa. - Agora vá para o banco de trás. - indiquei.
Thur me olhou confuso, arqueando brilhantemente uma das sobrancelhas.
- Mandona. - reclamou. Eu ri baixinho e, com alguma dificuldade, passei para o banco de trás. Sentei-me, vendo-o me olhar com desejo. Minha situação já era bastante crítica, usava apenas o sutiã e o projeto de saia; talvez por isso, consegui a atenção de Thur em tempo integral para cada mísero traço do meu corpo. Passei o dedo indicador em meus lábios, molhando-os com um pouco de saliva e passei a delinear cada traço do meu tronco: clavícula, seios, abdômen, entrada pélvica e enfim chegando ao botão do jeans. Encarei a face de Thur, visivelmente assustada e pervertida. Seu corpo estava torto, virado para o banco de trás; com certeza aquilo lhe traria algumas dores no pescoço depois de um tempo. Tentei abrir o botão do jeans com apenas uma mão, sem qualquer sucesso.
- Acho que preciso de uma ajudinha aqui, chefe. - disse, transbordando a malícia e luxúria a cada abrir e fechar da boca, a cada mudança de entonação na voz. Eu estava sim um pouco nervosa, não tinha como não estar. Era Thur Aguiar ali. Meu chefe. Eu nunca me acostumaria com isso; nem eu, nem meu corpo. Thur sorriu largo e finalmente saiu do seu transe temporário para vir ao banco de trás. O banco era de couro e reclamou um pouco da movimentação de dois corpos estranhos ali. Ele selou seus lábios nos meus com intensidade, com fome, e tratou de desabotoar o jeans em segundos, deslizando a saia pelas minhas coxas até os tornozelos, forçando-me a deitar no banco. Largou meus lábios para me encarar, completamente possuído, e então levantar uma das minhas pernas, beijando cada centímetro possível. Quando enfim chegou aos meus calcanhares, Thur retirou a saia jeans e aproveitou para puxar de uma vez a calcinha:
- Dessa vez eu deixarei ela inteira. - disse sorrindo, lembrando da vez em seu escritório. Eu dei uma risada abafada.
- Acho bom mesmo. - Thur forçou uma risada, encostando seu corpo ainda úmido no meu. Seu peitoral, com seus músculos bem definidos, tocou o meu tronco sem dó, retirando qualquer ar ou forma de vida de meus pulmões; o mundo havia parado na suavidade de um toque. Logo sua respiração forte pairou em meus lábios e eu o ouvi sussurrar:
- Mas isso não significa que vou te deixar inteira dessa vez. - Encarei-o aturdida. O que ele estava pretendendo? Que tipo de amortecedores terrestres poderiam suportar sua fúria sexual? Aliás, será mesmo que ele seria capaz disso tudo?
Sorri brincalhona e encostei minha boca em seu ouvido, levantando um pouco o corpo.
- E qual vai ser a primeira parte de mim que você vai arrancar? - perguntei, sentindo Thur relaxar as feições do rosto num sorriso largo.
- Você descobrirá quando sentir. - respondeu convencido, antes de impactar seus lábios nos meus e ativar sua língua bem instruída para brigar com a minha, desafiadora. Beijávamos-nos numa intensidade impossível de se descrever; aliás, se pudesse fazer quaisquer comparações, diria que estávamos preparando uma fissão nuclear. A energia que passávamos um ao outro se tornava uma espécie de aura e sintonia; os gestos vinham como premeditados para nos despir e encaixar nossos corpos. Então, depois de não demorados segundos, já roçávamos nossos corpos nus e fazíamos jus às palavras selvagens trocadas. Thur parecia realmente o chefe daquela vez e, por incrível que pareça, era exatamente esse papel que eu queria vê-lo exercendo naquele momento.
Meu chefe parou de me beijar, encostando nossos narizes. Minhas pernas já rodeavam sua cintura e seu membro jazia pulsando perto da minha intimidade, arrancando-me o ar e fazendo da minha postura ofegante. Era incrível como há pouco estávamos os dois morrendo de frio sob a chuva e, de repente, juntos, sofríamos de uma perda de água excessiva, o suor tomando conta de nossos corpos e o calor dilacerando nossas células (e também nossa sanidade). Aquele era o momento, a conjuntura iria começar.
- Testando a suspensão do carro, tomada 1. - disse baixinho, meus olhos já fechados e minhas unhas fincadas nas costas dele. Ouvi uma risada baixa de sua parte, sentindo-o aproximar o rosto do meu pescoço e posicionar-se devidamente. Juntei todo o ar que pude e o senti penetrar-me com uma selvageria insanamente gostosa. Não consegui suprimir um gemido alto, aquela sensação era divina e Arthur era realmente um cara que conseguia fazer essa sensação ser fora do normal; demais para o intelecto humano. Continuou com as investidas, alternando-as, e o carro movimentava fortemente com o impacto.
Em minha mente, nada de mais se propagava. Eu poderia fechar os olhos e a única coisa que podia ver era ele; o único som que podia ouvir era seu gemido sussurrado perto do meu ouvido; a única sensação do tato era da sua pele amaciando a minha, de seus pêlos eriçando, misturando-se com os meus, da sua respiração ofegante perto do meu rosto e das investidas poderosas do seu sexo no meu. A cada vez que sentia o ápice mais próximo, consegui distinguir outros sons e outros aromas, principalmente. Mas não envolvia quaisquer pessoas, era apenas o nosso cenário: o carro, a praia, as palmeiras, os amortecedores da suspensão, o banco de couro, a falta de ar.
Dotada agora de sentidos mais atentos, senti o cansaço apoderar-se do corpo de Arthur, tornando seus músculos rígidos involuntariamente relaxados pelo meu corpo e mãos. Toquei seus lábios num pedido para que parasse como movimento de vai-e-vém, deparando-me com seu rosto confuso e seus olhos desejosos atacando os meus. Levantei meu corpo vagarosamente e, em completa sintonia, Thur fazia o mesmo, retirando seu membro extremamente excitado de dentro de mim. Não foram necessárias palavras para que eu o confortasse pedindo por confiança. Beijei-o numa calma inabalável e fui correspondida por lábios que tremiam - nervosos, talvez. Aos poucos fui ajeitando nossos corpos do jeito que tinha em mente. Logo,Aguiar estava sentado e eu estava em cima dele, uma perna para cada lado, de joelhos, frente a ele; e beijando-o com se fosse a última coisa que faria em vida. Thur deixou seu corpo deslizar sobre o banco, entortando a própria coluna, aperfeiçoando a posição e encaixando nossos corpos perfeitamente. Enrosquei meus cotovelos em seu pescoço, entrelaçando meus dedos em seus cabelos enquanto tocava nossos narizes; eu já estava mais alta que ele.
As respirações ofegantes faziam da Land Rover uma espécie de vulcão em erupção; poderia ser apenas minha insanidade, mas eu podia jurar que havia visto fumaça pairando sobre o ar ao meu redor.
- Hm - gemeu Thur, chamando minha atenção. Impulsionei os joelhos forçando meu corpo a se levantar. As mãos dele espalmaram em minha bunda, permanecendo ali. Toquei seu pênis com uma das mãos, posicionando-o em minha vagina, novamente colocando minhas mãos em seus cabelos. Ele depositou um beijo em meu pescoço, numa espécie de sinal afirmativo, então eu puxei todo o ar para os meus pulmões e dei início ao movimento de descida.
A penetração se fez lenta e deliciosamente torturante para ambos os lados. Cheguei a sorrir quando terminei o primeiro ato. Thur tinha seus lábios semiabertos, uma expressão insana de prazer. Mordi meu lábio inferior e iniciei movimentos de subida e descida em cima dele, rebolando em movimentos circulares que faziam com que seu membro tocasse em cada canto da parede vaginal, ele estava muito mais do que dentro de mim; assim senti a primeira parte de mim esvair-se: sanidade. Aguiar arrancou a infeliz sanidade. Eu era louca, só podia ser. E continuava ainda mais louca transando com meu próprio chefe num carro, no meio do nada e pior: ficando por cima. Dessa vez, se o desempenho do sexo não fosse tão bom, a culpa seria inteiramente minha: Eu estava no controle. Um momento de reflexão: Eu estava no controle?
Podia sentir minhas células gargalharem maquiavelicamente. Que tal uma pequena 'vingancinha' sexual? Não foi ele o cara que me deu o meu primeiro orgasmo de quase um minuto? Que tal se eu proporcionasse a ele, o melhor de mim? Talvez agora não estivéssemos mais testando os amortecedores da Land Rover, os amortecedores seriam meus joelhos. Preparei meus músculos das pernas para o máximo desempenho e então joguei minha cabeça para trás, segurando o cabelo da nuca do chefe com mais força e acelerei os movimentos em velocidade máxima. Seu membro saía quase que completamente e entrava por inteiro; seus gemidos já eram silenciosos, não haviam mais forças para propagar quaisquer sons. Ambos estávamos demasiados concentrados, eu, em lhe proporcionar o máximo do prazer e ele, em senti-lo em sua latência.
Fechei meus olhos a fim de concentrar-me mais ainda naqueles movimentos, como uma tentativa de descansar, ao menos, minha pobre retina. Fui surpreendida por lábios úmidos que deslizavam em meu colo aleatoriamente, esfomeados. Suas mãos então subiram às minhas costas e sua língua quente passou a tocar um dos mamilos enrijecidos. O som rouco da minha voz ecoou num gemido prolongado, porém interrompido por espasmos cada vez mais intensos e constantes do meu interior. Era incrível o poder que ele exercia sobre mim, parecia uma força de gravitação e eu temia que chegássemos a anular tal força e nos fundir de uma vez. Aliás, era exatamente essa fusão que os românticos apelidavam de amor, não é?
Cedo demais para chegar a qualquer conclusão.
Thur alternava entre meus seios - talvez um dos seus hobbies - em chupões e sugadas, vez ou outra parando para respirar ou gemer alto devido à uma boa investida vinda de mim e dos meus amortecedores naturais. Eu sentia meu corpo se alterar com mais espasmos, cada vez mais potentes, fazendo-me fechar os olhos com mais força. Thur parou de chupar meus seios para segurar-me pelos cabelos, puxando-me, e selando nossos lábios. Subi o máximo que pude com minhas últimas forças, os músculos das pernas já reclamando em desfalque, e desci tudo de vez, sem dó.
Senti o líquido dele jorrar dentro de mim sem pudor, forçando uma segunda reação: meu orgasmo. Ficamos em choque por um tempo, procurando sentir mais minuciosamente cada sensação proporcionada pelos corpos dotados do gozo. Pequenos choques elétricos alimentavam o pulsar das minhas artérias e um campo magnético de atração aproximava meu corpo ao toque dele, era inevitável. Meu corpo clamava por Thur. Abracei-o em meio à sensação latente, talvez um pouco desesperada, e fui devidamente retribuída por aquelas mãos quentes que deslizaram pelas minhas costas suadas, juntando com mais força os nossos corpos. Eu ouvia sua respiração diminuir aos poucos e deliciava-me com o cheiro másculo que seu pescoço exalava.
- Isso foi... - a voz dele irrompeu o silêncio -... incrível.
Deixei que minha risada brincalhona ecoasse, afastando-me de seu pescoço ainda com um pouco de reluta. Sua expressão risonha me atacou, fazendo-me imprimir nos lábios um sorriso maroto.
- Eu sei. - disse, dando-lhe um selinho demorado. Quando tentei me afastar da sua boca, ele se aproximou de mim ainda mais, mordendo o meu lábio inferior como se me chamasse de volta para ele. O canto da minha boca coçou com mais um sorriso, este de satisfação. Beijou-me com mais intensidade, pedindo espaço para sua língua me invadir, porém os movimentos eram calmos, como quem descansa beijando. Realmente eu precisava descansar, Thur me deixava extremamente exausta. Além de sono, eu tinha fome e uma certa necessidade de uma cama quente e uma noite bem dormida com minha cabeça deitada no peito dele.
Afastei-me vagarosamente e finalmente saí de cima dele, para o alívio da minha intimidade e dos meus joelhos. Nus em pêlo, estávamos sentados no banco de trás da Land Rover, um ao lado do outro, as cabeças erguidas para o teto. Os sons eram distinguíveis, tinha o mar que batia nas pedras, a chuva fraca que alisava os vidros, as nossas respirações que tentavam se acalmar e os nossos corações que batiam em descompasso, fortes e potentes.
- Acho que essa última, foi a tomada dois, não é? - perguntei com um sorriso malicioso.
- Um ponto para a Land Rover. Excelente suspensão. - disse Thur rindo, enquanto eu o acompanhava.
Nossas risadas esgotaram e logo entramos no transe momentâneo novamente. Olhei para o lado da janela, vendo as gotas de água doce escorrerem pelo vidro. Cada detalhe ao meu redor era facilmente notado por mim, principalmente detalhes vindo daquele ser ao meu lado, que tocava a pele quente do seu braço no meu; os pêlos da sua perna na minha, o suor do seu corpo misturando-se com o meu.
- Heaven... - cantei baixinho, virando meu rosto para ele, que já me encarava confuso. - I'm in heaven. And...
- ... my heart beats so that I can hardly breath. - ele continuou a música perfeitamente. Sorrimos cúmplices. Arthur colocou sua mão em minha coxa, a palma para cima; deixei que minha mão também descansasse ali e entrelacei nossos dedos. Um sentimento bom me invadiu, suspirei fundo e deixei minha cabeça encostar em seu ombro, cantarolando a música com a boca fechada enquanto ele alisava meu polegar distraidamente.
Ficamos um tempo ali, apenas admirando a presença um do outro. Talvez estivéssemos trocando informações telepaticamente; o que eu sei é que vez ou outra, ríamos sem motivo, era como se ele tivesse contado uma piada, nessa nossa conversa telepática. Os sorrisos e olhares eram cúmplices, os carinhos eram dotados de uma extrema cautela, um carinho que ninguém nunca saberá de onde surgiu ou como surgiu. Eu revia algumas cenas do passado, doThur rígido, do chefe em si, do galinha que ele costumava ser. Duvidava na possibilidade de aqueles olhos Castanhos pudessem ter saído da máscara de carrasco, por isso toquei diversas vezes em seu rosto, precisava me certificar de que aquilo tudo era verdade, era realidade. Era com certeza verdade e também com certeza o paraíso: Heaven.
- Aqui está perfeito. - eu disse, sorrindo maliciosa. - Agora vá para o banco de trás. - indiquei.
Thur me olhou confuso, arqueando brilhantemente uma das sobrancelhas.
- Mandona. - reclamou. Eu ri baixinho e, com alguma dificuldade, passei para o banco de trás. Sentei-me, vendo-o me olhar com desejo. Minha situação já era bastante crítica, usava apenas o sutiã e o projeto de saia; talvez por isso, consegui a atenção de Thur em tempo integral para cada mísero traço do meu corpo. Passei o dedo indicador em meus lábios, molhando-os com um pouco de saliva e passei a delinear cada traço do meu tronco: clavícula, seios, abdômen, entrada pélvica e enfim chegando ao botão do jeans. Encarei a face de Thur, visivelmente assustada e pervertida. Seu corpo estava torto, virado para o banco de trás; com certeza aquilo lhe traria algumas dores no pescoço depois de um tempo. Tentei abrir o botão do jeans com apenas uma mão, sem qualquer sucesso.
- Acho que preciso de uma ajudinha aqui, chefe. - disse, transbordando a malícia e luxúria a cada abrir e fechar da boca, a cada mudança de entonação na voz. Eu estava sim um pouco nervosa, não tinha como não estar. Era Thur Aguiar ali. Meu chefe. Eu nunca me acostumaria com isso; nem eu, nem meu corpo. Thur sorriu largo e finalmente saiu do seu transe temporário para vir ao banco de trás. O banco era de couro e reclamou um pouco da movimentação de dois corpos estranhos ali. Ele selou seus lábios nos meus com intensidade, com fome, e tratou de desabotoar o jeans em segundos, deslizando a saia pelas minhas coxas até os tornozelos, forçando-me a deitar no banco. Largou meus lábios para me encarar, completamente possuído, e então levantar uma das minhas pernas, beijando cada centímetro possível. Quando enfim chegou aos meus calcanhares, Thur retirou a saia jeans e aproveitou para puxar de uma vez a calcinha:
- Dessa vez eu deixarei ela inteira. - disse sorrindo, lembrando da vez em seu escritório. Eu dei uma risada abafada.
- Acho bom mesmo. - Thur forçou uma risada, encostando seu corpo ainda úmido no meu. Seu peitoral, com seus músculos bem definidos, tocou o meu tronco sem dó, retirando qualquer ar ou forma de vida de meus pulmões; o mundo havia parado na suavidade de um toque. Logo sua respiração forte pairou em meus lábios e eu o ouvi sussurrar:
- Mas isso não significa que vou te deixar inteira dessa vez. - Encarei-o aturdida. O que ele estava pretendendo? Que tipo de amortecedores terrestres poderiam suportar sua fúria sexual? Aliás, será mesmo que ele seria capaz disso tudo?
Sorri brincalhona e encostei minha boca em seu ouvido, levantando um pouco o corpo.
- E qual vai ser a primeira parte de mim que você vai arrancar? - perguntei, sentindo Thur relaxar as feições do rosto num sorriso largo.
- Você descobrirá quando sentir. - respondeu convencido, antes de impactar seus lábios nos meus e ativar sua língua bem instruída para brigar com a minha, desafiadora. Beijávamos-nos numa intensidade impossível de se descrever; aliás, se pudesse fazer quaisquer comparações, diria que estávamos preparando uma fissão nuclear. A energia que passávamos um ao outro se tornava uma espécie de aura e sintonia; os gestos vinham como premeditados para nos despir e encaixar nossos corpos. Então, depois de não demorados segundos, já roçávamos nossos corpos nus e fazíamos jus às palavras selvagens trocadas. Thur parecia realmente o chefe daquela vez e, por incrível que pareça, era exatamente esse papel que eu queria vê-lo exercendo naquele momento.
Meu chefe parou de me beijar, encostando nossos narizes. Minhas pernas já rodeavam sua cintura e seu membro jazia pulsando perto da minha intimidade, arrancando-me o ar e fazendo da minha postura ofegante. Era incrível como há pouco estávamos os dois morrendo de frio sob a chuva e, de repente, juntos, sofríamos de uma perda de água excessiva, o suor tomando conta de nossos corpos e o calor dilacerando nossas células (e também nossa sanidade). Aquele era o momento, a conjuntura iria começar.
- Testando a suspensão do carro, tomada 1. - disse baixinho, meus olhos já fechados e minhas unhas fincadas nas costas dele. Ouvi uma risada baixa de sua parte, sentindo-o aproximar o rosto do meu pescoço e posicionar-se devidamente. Juntei todo o ar que pude e o senti penetrar-me com uma selvageria insanamente gostosa. Não consegui suprimir um gemido alto, aquela sensação era divina e Arthur era realmente um cara que conseguia fazer essa sensação ser fora do normal; demais para o intelecto humano. Continuou com as investidas, alternando-as, e o carro movimentava fortemente com o impacto.
Em minha mente, nada de mais se propagava. Eu poderia fechar os olhos e a única coisa que podia ver era ele; o único som que podia ouvir era seu gemido sussurrado perto do meu ouvido; a única sensação do tato era da sua pele amaciando a minha, de seus pêlos eriçando, misturando-se com os meus, da sua respiração ofegante perto do meu rosto e das investidas poderosas do seu sexo no meu. A cada vez que sentia o ápice mais próximo, consegui distinguir outros sons e outros aromas, principalmente. Mas não envolvia quaisquer pessoas, era apenas o nosso cenário: o carro, a praia, as palmeiras, os amortecedores da suspensão, o banco de couro, a falta de ar.
Dotada agora de sentidos mais atentos, senti o cansaço apoderar-se do corpo de Arthur, tornando seus músculos rígidos involuntariamente relaxados pelo meu corpo e mãos. Toquei seus lábios num pedido para que parasse como movimento de vai-e-vém, deparando-me com seu rosto confuso e seus olhos desejosos atacando os meus. Levantei meu corpo vagarosamente e, em completa sintonia, Thur fazia o mesmo, retirando seu membro extremamente excitado de dentro de mim. Não foram necessárias palavras para que eu o confortasse pedindo por confiança. Beijei-o numa calma inabalável e fui correspondida por lábios que tremiam - nervosos, talvez. Aos poucos fui ajeitando nossos corpos do jeito que tinha em mente. Logo,Aguiar estava sentado e eu estava em cima dele, uma perna para cada lado, de joelhos, frente a ele; e beijando-o com se fosse a última coisa que faria em vida. Thur deixou seu corpo deslizar sobre o banco, entortando a própria coluna, aperfeiçoando a posição e encaixando nossos corpos perfeitamente. Enrosquei meus cotovelos em seu pescoço, entrelaçando meus dedos em seus cabelos enquanto tocava nossos narizes; eu já estava mais alta que ele.
As respirações ofegantes faziam da Land Rover uma espécie de vulcão em erupção; poderia ser apenas minha insanidade, mas eu podia jurar que havia visto fumaça pairando sobre o ar ao meu redor.
- Hm - gemeu Thur, chamando minha atenção. Impulsionei os joelhos forçando meu corpo a se levantar. As mãos dele espalmaram em minha bunda, permanecendo ali. Toquei seu pênis com uma das mãos, posicionando-o em minha vagina, novamente colocando minhas mãos em seus cabelos. Ele depositou um beijo em meu pescoço, numa espécie de sinal afirmativo, então eu puxei todo o ar para os meus pulmões e dei início ao movimento de descida.
A penetração se fez lenta e deliciosamente torturante para ambos os lados. Cheguei a sorrir quando terminei o primeiro ato. Thur tinha seus lábios semiabertos, uma expressão insana de prazer. Mordi meu lábio inferior e iniciei movimentos de subida e descida em cima dele, rebolando em movimentos circulares que faziam com que seu membro tocasse em cada canto da parede vaginal, ele estava muito mais do que dentro de mim; assim senti a primeira parte de mim esvair-se: sanidade. Aguiar arrancou a infeliz sanidade. Eu era louca, só podia ser. E continuava ainda mais louca transando com meu próprio chefe num carro, no meio do nada e pior: ficando por cima. Dessa vez, se o desempenho do sexo não fosse tão bom, a culpa seria inteiramente minha: Eu estava no controle. Um momento de reflexão: Eu estava no controle?
Podia sentir minhas células gargalharem maquiavelicamente. Que tal uma pequena 'vingancinha' sexual? Não foi ele o cara que me deu o meu primeiro orgasmo de quase um minuto? Que tal se eu proporcionasse a ele, o melhor de mim? Talvez agora não estivéssemos mais testando os amortecedores da Land Rover, os amortecedores seriam meus joelhos. Preparei meus músculos das pernas para o máximo desempenho e então joguei minha cabeça para trás, segurando o cabelo da nuca do chefe com mais força e acelerei os movimentos em velocidade máxima. Seu membro saía quase que completamente e entrava por inteiro; seus gemidos já eram silenciosos, não haviam mais forças para propagar quaisquer sons. Ambos estávamos demasiados concentrados, eu, em lhe proporcionar o máximo do prazer e ele, em senti-lo em sua latência.
Fechei meus olhos a fim de concentrar-me mais ainda naqueles movimentos, como uma tentativa de descansar, ao menos, minha pobre retina. Fui surpreendida por lábios úmidos que deslizavam em meu colo aleatoriamente, esfomeados. Suas mãos então subiram às minhas costas e sua língua quente passou a tocar um dos mamilos enrijecidos. O som rouco da minha voz ecoou num gemido prolongado, porém interrompido por espasmos cada vez mais intensos e constantes do meu interior. Era incrível o poder que ele exercia sobre mim, parecia uma força de gravitação e eu temia que chegássemos a anular tal força e nos fundir de uma vez. Aliás, era exatamente essa fusão que os românticos apelidavam de amor, não é?
Cedo demais para chegar a qualquer conclusão.
Thur alternava entre meus seios - talvez um dos seus hobbies - em chupões e sugadas, vez ou outra parando para respirar ou gemer alto devido à uma boa investida vinda de mim e dos meus amortecedores naturais. Eu sentia meu corpo se alterar com mais espasmos, cada vez mais potentes, fazendo-me fechar os olhos com mais força. Thur parou de chupar meus seios para segurar-me pelos cabelos, puxando-me, e selando nossos lábios. Subi o máximo que pude com minhas últimas forças, os músculos das pernas já reclamando em desfalque, e desci tudo de vez, sem dó.
Senti o líquido dele jorrar dentro de mim sem pudor, forçando uma segunda reação: meu orgasmo. Ficamos em choque por um tempo, procurando sentir mais minuciosamente cada sensação proporcionada pelos corpos dotados do gozo. Pequenos choques elétricos alimentavam o pulsar das minhas artérias e um campo magnético de atração aproximava meu corpo ao toque dele, era inevitável. Meu corpo clamava por Thur. Abracei-o em meio à sensação latente, talvez um pouco desesperada, e fui devidamente retribuída por aquelas mãos quentes que deslizaram pelas minhas costas suadas, juntando com mais força os nossos corpos. Eu ouvia sua respiração diminuir aos poucos e deliciava-me com o cheiro másculo que seu pescoço exalava.
- Isso foi... - a voz dele irrompeu o silêncio -... incrível.
Deixei que minha risada brincalhona ecoasse, afastando-me de seu pescoço ainda com um pouco de reluta. Sua expressão risonha me atacou, fazendo-me imprimir nos lábios um sorriso maroto.
- Eu sei. - disse, dando-lhe um selinho demorado. Quando tentei me afastar da sua boca, ele se aproximou de mim ainda mais, mordendo o meu lábio inferior como se me chamasse de volta para ele. O canto da minha boca coçou com mais um sorriso, este de satisfação. Beijou-me com mais intensidade, pedindo espaço para sua língua me invadir, porém os movimentos eram calmos, como quem descansa beijando. Realmente eu precisava descansar, Thur me deixava extremamente exausta. Além de sono, eu tinha fome e uma certa necessidade de uma cama quente e uma noite bem dormida com minha cabeça deitada no peito dele.
Afastei-me vagarosamente e finalmente saí de cima dele, para o alívio da minha intimidade e dos meus joelhos. Nus em pêlo, estávamos sentados no banco de trás da Land Rover, um ao lado do outro, as cabeças erguidas para o teto. Os sons eram distinguíveis, tinha o mar que batia nas pedras, a chuva fraca que alisava os vidros, as nossas respirações que tentavam se acalmar e os nossos corações que batiam em descompasso, fortes e potentes.
- Acho que essa última, foi a tomada dois, não é? - perguntei com um sorriso malicioso.
- Um ponto para a Land Rover. Excelente suspensão. - disse Thur rindo, enquanto eu o acompanhava.
Nossas risadas esgotaram e logo entramos no transe momentâneo novamente. Olhei para o lado da janela, vendo as gotas de água doce escorrerem pelo vidro. Cada detalhe ao meu redor era facilmente notado por mim, principalmente detalhes vindo daquele ser ao meu lado, que tocava a pele quente do seu braço no meu; os pêlos da sua perna na minha, o suor do seu corpo misturando-se com o meu.
- Heaven... - cantei baixinho, virando meu rosto para ele, que já me encarava confuso. - I'm in heaven. And...
- ... my heart beats so that I can hardly breath. - ele continuou a música perfeitamente. Sorrimos cúmplices. Arthur colocou sua mão em minha coxa, a palma para cima; deixei que minha mão também descansasse ali e entrelacei nossos dedos. Um sentimento bom me invadiu, suspirei fundo e deixei minha cabeça encostar em seu ombro, cantarolando a música com a boca fechada enquanto ele alisava meu polegar distraidamente.
Ficamos um tempo ali, apenas admirando a presença um do outro. Talvez estivéssemos trocando informações telepaticamente; o que eu sei é que vez ou outra, ríamos sem motivo, era como se ele tivesse contado uma piada, nessa nossa conversa telepática. Os sorrisos e olhares eram cúmplices, os carinhos eram dotados de uma extrema cautela, um carinho que ninguém nunca saberá de onde surgiu ou como surgiu. Eu revia algumas cenas do passado, doThur rígido, do chefe em si, do galinha que ele costumava ser. Duvidava na possibilidade de aqueles olhos Castanhos pudessem ter saído da máscara de carrasco, por isso toquei diversas vezes em seu rosto, precisava me certificar de que aquilo tudo era verdade, era realidade. Era com certeza verdade e também com certeza o paraíso: Heaven.
Creditos: Fanfics Obession



Lindo Perfeito. O Amor eh perfeito
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